Andrea Vasconcelos de Oliveira RA C270EA8
Dulcinéia Ferrari Ra C238FJ8
Jacqueline Sayuri RA
Leandro Soares RA
Vilmar de Andrade Xavier RA T 702461
Corpos pintados
Walcyr Carrasco
Ando pensando em fazer uma tatuagem. Juro. Vestir somente a pele com que nasci parece ter se tornado fora de moda. Já estive diante de fotos de tattos em várias ocasiões, pensando em qual poderia ser a minha. As pessoas têm cada vez mais desenhos estampados no corpo. Às vezes acho exagero. O namorado de uma amiga minha tem tanta tatuagem que é de espantar. Até onde pude ver – ou seja, na piscina, de sunga -, seu corpo é inteiramente coberto por arabescos. Menos o rosto. Acredito que umas partes mais sensíveis também se salvaram. Será? São dragões, sóis, luas, âncoras, símbolos tribais, letras exóticas. Ele parece um tapete persa! Com um agravante: como é peludo, os dragões têm peruca e a cauda da serpente é enfeitada com tufos! Outra amiga, espantada, fofocou:
- Não sei o que ela viu naquele rapaz!
- Imagino o que ela não viu! – argumentei.
Tornou-se moda tatuar o nome da paixão mais recente. Principalmente nos pés. Certa mocinha, acreditando que cada um de seus amores é eterno, já botou dois ou três. Até onde eu sei, é doloroso apagar uma tatuagem. Ela vai acrescentando. Dia desses, propus:
- Por que você não coloca em ordem alfabética?
Ela me respondeu com um olhar enraivecido, como se eu tivesse dito o maior absurdo do mundo:
- Nunca mais vou me apaixonar! Ele é tudo pra mim! – chispou.
Suspirei. Ah, a juventude! A continuar assim, nos próximos anos ficará igualzinha a uma lista telefônica.
Um rapaz, já trintão, tatuou a imagem do filhinho, ainda bebê. Não ficou lá essas coisas. Parecia um monstrinho! Se pintar um retrato sobre tela já é difícil, em cima de pele, piora! Mostrou, orgulhoso. Refleti:
- Quando ele crescer você vai acrescentar barba, bigode?
- Faço outra.
Vai acabar botando um álbum de retratos: o filho dando os primeiros passos, de bicicletinha, pegando o diploma...
Minha amiga Lalá não resistiu: pôs uma serpente no tornozelo.
- Depois quero uma borboleta no ombro!
- Se você engordar, a borboleta vai ficar parecendo uma gaivota! – argumentei.
Outro amigo, Markus, quis um dragão no antebraço. Enorme. Foram semanas sem poder tomar sol. Ficou lindo! Recentemente descobriu pelo horóscopo chinês que não deveria ter um dragão, mas um gato.
- Quem sabe se eu colocar umas orelhinhas no dragão fica parecido... - imaginou.
- Gato não solta fogo pela boca. Nem tem asas – lembrei.
Markus gemeu.
- E se eu fizer um gato correndo atrás do dragão?
Silenciei. Há momentos em que o melhor a fazer é fechar o bico. Antes que ele acabe com um zoológico inteiro!
Não desisti de minha própria tatuagem. Falei com um profissional. Meu segredo: também quero um dragão!
- Se eu engordar, o dragão também engorda? – perguntei.
O rapaz fez que sim:
- A pele vai esticar.
- Que graça tem um dragão barrigudo?
- Por que você não engorda tudo o que tem pra engordar e depois faz a tatuagem?
Observei o tatuador. Magérrimo. Gente magra não tem noção. Sempre é possível engordar mais um pouco.
- Se depois eu emagrecer, o que acontece?
- O dragão ficará enrugado.
Céus, quem quer um dragão enrugado?
- Por que não bota uma baleia de uma vez? – arriscou o tatuador.
Voei para longe. Todo o meu romantismo acabou. Lalá sugeriu:
- Faça com hena. Depois sai.
Recusei. Tatuagem é diferente. Dura pra sempre. Usar é como pertencer a uma tribo. Justamente por ser definitiva, resolvi esperar. Até ter certeza da escolha. Dragão, serpente, jacaré ou passarinho, a imagem vai me acompanhar por toda a vida.
Coesão e Coerência
- Objeto do Discurso: a referenciação, da mesma forma que a progressão referencial, consiste na construção e reconstrução do objeto de discurso. (Dulcinéia)
- Retomada/Manutenção: - Anáfora: o objeto de discurso já referenciado no texto é reativado de modo que permaneça em foco. Esses referentes podem ser em qualquer tempo, modificados ou expandidos, e vão, no processo de compreensão pelo leitor ou ouvinte, ativando na sua memória uma representação - que pode ser muito complexa - pelo acréscimo de novas categorizações, em relação ao referente. (Dulcinéia)
-Catáfora: O título do texto, “Corpos Pintados”, vai progredindo no texto, tomando várias outras formas. (Dulcinéia)
- Desfocalização: retirada do objeto de discurso do foco – que permanece ativado parcialmente - com a introdução de um novo objeto que passa a ocupar (temporariamente) a posição do objeto principal o qual permanece disponível para, imediatamente, ser utilizado assim que necessário. (Dulcinéia)
- Nominalização: As formas de expressão utilizadas pelo autor, que remetem ao objeto de discurso são:
- tapete persa
- lista telefônica
- parecia um monstrinho
- álbum de retratos
- parecendo uma gaivota
- fechar o bico
- zoológico inteiro - Vilmar
- Recategorização: As recategorizações são quaisquer palavras ou expressões que modifiquem o estatuto de um objeto-de-discurso.
No texto identificamos as recategorizações de tatuagem (objeto de discurso) justamente nos encapsulamentos, onde o autor modifica o significado de tapete persa, lista telefônica, álbum de retratos e zoológico. Nesse contexto, essas expressões passam a ser sinônimos de tatuagem. - Jacqueline
- Encapsulamento – Rotular; Os encapsulamentos sumarizam informações contidas em seguimentos, encapsulando-as sob a forma de uma expressão nominal.
Conseguimos identificar quatro encapsulamentos no texto:
“seu corpo é inteiramente coberto por arabescos. [...] São dragões, sóis, luas, âncoras, símbolos tribais, letras exóticas. Ele parece um tapete persa!”
“Tornou-se moda tatuar o nome da paixão mais recente. [...] Certa mocinha, acreditando que cada um de seus amores é eterno, já botou dois ou três. [...] A continuar assim, nos próximos anos ficará igualzinha a uma lista telefônica.”
“Um rapaz, já trintão, tatuou a imagem do filhinho, ainda bebê. [...]
- Quando ele crescer, você vai acrescentar barba, bigode?
- Faço outra.
Vai acabar botando um álbum de retratos.”
“Outro amigo, Markus, quis um dragão no antebraço. [...] Recentemente, descobriu. Pelo horóscopo chinês, não deveria ter dragão. Mas um gato. [...]
- E se eu fizer um gato correndo atrás do dragão?
Silenciei. Há momentos em que o melhor é fechar o bico. Antes que ele acabe com um zoológico inteiro!”
Tapete persa, lista telefônica, álbum de retratos e zoológico são encapsulamentos pois eles sumarizam, unificam várias informações em um único termo. - Jacqueline
Definição de Hiperônimo e Hipônimo: são termos de um mesmo campo de sentido, em que um deles designa o gênero e o outro, a espécie. (Leandro)
- Hiperônimo: O hiperônimo encontrado no texto é: Zoológico
- Hipônimo: Os hipônimos encontrados no texto são: dragão, borboleta, serpente, gaivota, gato, baleia, jacaré e passarinho.
- Metaenunciação:
- O pensamento do personagem em fazer uma tatuagem: “Ando pensando em fazer uma tatuagem”.
- O questionamento a respeito da pele sem tatuagem.
- O fato de questionar as tatuagens existentes e o que leva as pessoas a fazerem determinados desenhos.
- As mudanças no corpo, que podem ou não, afetar os desenhos.
- o fato de a tatuagem ser algo definitivo implica diretamente na escolha de um desenho que o leve a fazer parte de determinada tribo, em ser aceito: “Usar é como pertencer a uma tribo.” (Andrea)
Definição de Anáfora didática definidora: são os elementos previamente introduzidos, e o definiens (definição) é aportado pela forma anafórica. Esta pode vir acompanhada de expressões características da definição, como um tipo de, uma espécie de etc. (Leandro)
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- Anáfora didática definidora: a anáfora didática definidora encontrada no texto é: “... seu corpo é inteiramente coberto de arabesco”, que se remete a questão de “... desenhos estampados no corpo...” que o faz remeter a um tapete persa. ”... ele parece um tapete persa...”.
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