ANALISAR AS TRÊS DIMENSÕES DO GÊNERO.
.1) Domínio Discursivo:
- Publicitário do tipo panfleto.
.A) Conteúdo:
- Tema: Estética Feminina.
.A1) Objeto:
- A beleza Feminina.
.A2) Sentido:
- convencer as mulheres a se submeterem a um tratamento estético com a clara insinuação de que assim se tornarão mais belas.
.B) Estrutura:
- Apresenta uma linguagem verbal e não verbal muito apropriada para o gênero, descrevendo os procedimentos aplicados e indicando valores promocionais para pagamento à vista ou à prazo. Informa os números de telefone que deverão ser usados para contato.
.C) Componentes:
- a escolha lexical é também muito apropriada para atingir o objetivo que é o de atrair mulheres para um tratamento estético, onde descreve os tipos de tratamentos, os produtos utilizados e os preços promocionais cobrados para executá-los, uma vez que a promoção é “relâmpago”, ou seja, durará por tempo limitado. Fica muito claro quem é o público-alvo do panfleto.
Dulcinéia Ferrari – RA - C238FJ8
Letras 1º Semestre
Nós somos o grupo Letreiros Letrados de Letras - noturno - do Campus Vergueiro da UNIP. Nosso Blog tem por objetivo possibilitar a interação dos grupos de pesquisa envolvidos nos Projetos e Trabalhos propostos para a conclusão do curso. Os Temas são variados e somos orientados pela professora Joana Ormundo. Os participantes do nosso grupo são: Dulcinéia Ferrari, Leandro Soares, Marcelo de Oliveira, Adriana N. da Silva, Andréa Vasconcelos e Igor Noronha.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Vídeo aula
Trabalho de Pratica de ensino.
Dulcinéia Ferrari RA C238FJ8
Leandro Soares RA C332283
Vídeo aulas.
Primeira videoaula: Tempos verbais.
Acessado no dia: 21/05.
Site: http://www.cursoonlinegratuito.org/2013/12/tempos-e-modos-verbais.html?m=0
Método: o método que foi utilizado nesta aula foi o dedutivo, que parte da compreensão de regras gerais para, então, compreender os casos específicos.
Conteúdo: Tempos verbais, conteúdo do ensino médio de língua portuguesa na área de gramática.
Enfoque (finalidade) do ensino: Domínio e compreensão dos tempos verbais.
Público alvo: Voltado para alunos que vão prestar vestibular e ENEM, ou que queiram retomar o assunto para melhor fixá-lo.
Segunda vídeo aula: Como cumprimentar as pessoas em inglês.
Acessado no dia: 21/05.
Site: https://ingleswinner.com/blog/como-cumprimentar-pessoas-em-ingles-aula-2/
Método: o método utilizado nesta aula é o método indutivo que é um tipo de raciocínio ou argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal, ou seja, todos os falantes de língua inglesa se expressam daquela forma como está sendo apresentado no vídeo. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades e experiência pessoais, obtemos uma generalização.
Conteúdo: Escrita e pronúncia de saudações em inglês.
Enfoque (finalidade) do ensino: Tem como enfoque pessoas que estão iniciando o aprendizado na língua inglesa tanto na escrita quanto na pronúncia.
Público alvo: Pessoas que não têm condições de pagar um curso ou não têm tempo de frequentar uma instituição e iniciantes em estudos de uma segunda língua.
Terceira vídeo aula: Aula de número 5 - Leituras de cifras.
Acessado no dia: 21/05
Site: http://www.allansales.com.br/apresentacao-violao-popular/
Método: o método que foi utilizado nesta aula foi o dedutivo, que parte da compreensão de regras em geral para, então, compreender os casos específicos.
Conteúdo: Esta aula foi elaborada para pessoas que estão iniciando a aprendizagem em leitura de cifra, para tocar violão popular. O foco desta aula é como decifrar uma cifra, com indicações do que deve ser feito e como deve ser feito cada coisa.
Enfoque (finalidade) do ensino: O enfoque da aula é proporcionar a prática e o domínio da leitura de cifras, para que o aluno possa seguir o ritmo apresentado na cifra.
Público alvo: Iniciantes no aprendizado do violão popular.
Quarta vídeo aula: Ciência Política.
Acessado em: 21/05
Site: http://www.veduca.com.br/assistir/ciencia-politica
Método: o método utilizado nesta aula é o método indutivo, que é um tipo de raciocínio ou argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades e experiência pessoais, obtêm-se uma generalização.
Conteúdo: Estas aulas têm por objetivo fazer com que o aluno compreenda, de uma forma mais ampla, assuntos políticos e tenha a compreensão de como ela acontece e se dá em sociedade.
Enfoque (finalidade) do ensino: o enfoque das aulas é mostrar ao aluno a estrutura e processos de governo, ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. Abrangendo diversos campos, como filosofia, economia, geopolítica, administração, entre outros.
Público alvo: Alunos de comunicação ou pessoas interessadas no assunto.
Dulcinéia Ferrari RA C238FJ8
Leandro Soares RA C332283
Vídeo aulas.
Primeira videoaula: Tempos verbais.
Acessado no dia: 21/05.
Site: http://www.cursoonlinegratuito.org/2013/12/tempos-e-modos-verbais.html?m=0
Método: o método que foi utilizado nesta aula foi o dedutivo, que parte da compreensão de regras gerais para, então, compreender os casos específicos.
Conteúdo: Tempos verbais, conteúdo do ensino médio de língua portuguesa na área de gramática.
Enfoque (finalidade) do ensino: Domínio e compreensão dos tempos verbais.
Público alvo: Voltado para alunos que vão prestar vestibular e ENEM, ou que queiram retomar o assunto para melhor fixá-lo.
Segunda vídeo aula: Como cumprimentar as pessoas em inglês.
Acessado no dia: 21/05.
Site: https://ingleswinner.com/blog/como-cumprimentar-pessoas-em-ingles-aula-2/
Método: o método utilizado nesta aula é o método indutivo que é um tipo de raciocínio ou argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal, ou seja, todos os falantes de língua inglesa se expressam daquela forma como está sendo apresentado no vídeo. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades e experiência pessoais, obtemos uma generalização.
Conteúdo: Escrita e pronúncia de saudações em inglês.
Enfoque (finalidade) do ensino: Tem como enfoque pessoas que estão iniciando o aprendizado na língua inglesa tanto na escrita quanto na pronúncia.
Público alvo: Pessoas que não têm condições de pagar um curso ou não têm tempo de frequentar uma instituição e iniciantes em estudos de uma segunda língua.
Terceira vídeo aula: Aula de número 5 - Leituras de cifras.
Acessado no dia: 21/05
Site: http://www.allansales.com.br/apresentacao-violao-popular/
Método: o método que foi utilizado nesta aula foi o dedutivo, que parte da compreensão de regras em geral para, então, compreender os casos específicos.
Conteúdo: Esta aula foi elaborada para pessoas que estão iniciando a aprendizagem em leitura de cifra, para tocar violão popular. O foco desta aula é como decifrar uma cifra, com indicações do que deve ser feito e como deve ser feito cada coisa.
Enfoque (finalidade) do ensino: O enfoque da aula é proporcionar a prática e o domínio da leitura de cifras, para que o aluno possa seguir o ritmo apresentado na cifra.
Público alvo: Iniciantes no aprendizado do violão popular.
Quarta vídeo aula: Ciência Política.
Acessado em: 21/05
Site: http://www.veduca.com.br/assistir/ciencia-politica
Método: o método utilizado nesta aula é o método indutivo, que é um tipo de raciocínio ou argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades e experiência pessoais, obtêm-se uma generalização.
Conteúdo: Estas aulas têm por objetivo fazer com que o aluno compreenda, de uma forma mais ampla, assuntos políticos e tenha a compreensão de como ela acontece e se dá em sociedade.
Enfoque (finalidade) do ensino: o enfoque das aulas é mostrar ao aluno a estrutura e processos de governo, ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. Abrangendo diversos campos, como filosofia, economia, geopolítica, administração, entre outros.
Público alvo: Alunos de comunicação ou pessoas interessadas no assunto.
Lirismo na Rua - Parnasianismo - Literatura Brasileira
UNIP – Letras - Noturno
Trabalho de Literatura – Lirismo na Rua - Parnasianismo.
Dulcinéia Ferrari – RA C238FJ8
Olha-me!
Olavo Bilac
Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Entra-me o peito, como um largo rio
De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando
O ermo de um bosque tenebroso e frio.
Fala-me! Em grupos doudejantes, quando
Falas, por noites cálidas de estio,
As estrelas acendem-se, radiando,
Altas, semeadas pelo céu sombrio.
Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto
Agora, agora de ternura cheia,
Abre em chispas de fogo essa pupila...
E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto
Em seu fulgor me abraso, uma sereia
Soluce e cante nessa voz tranquila!
Trabalho de Literatura – Lirismo na Rua - Parnasianismo.
Dulcinéia Ferrari – RA C238FJ8
Quantas pessoas prestaram atenção neste aviso colado no lado externo deste viaduto? Quantas será que perceberam a intenção do autor do aviso ao sugerir que ali poderia existir um poema? E, ainda por cima, um poema do parnasianismo.
Andando pelas ruas da cidade, se prestarmos atenção veremos que cada estrutura do espaço urbano pode ser lida como texto, seja poesia, seja prosa. Seria possível imaginar a cidade como uma grande biblioteca? Provavelmente alguém responderia que na confusão concreta da cidade, a sua organização, ao contrário das bibliotecas, seria tarefa praticamente impossível devido à imensa variedade de gêneros e assuntos.
O Teatro Municipal de São Paulo é outro exemplo de lirismo na rua. A forma do edifício se assemelha à de um poema parnasiano, que valoriza a beleza, os detalhes, a simetria, o vocabulário rebuscado e o resgate de temas clássicos. Com sua arquitetura ornamentada e imponente, desenhada por Ramos de Azevedo, o Municipal atraí olhares que muitas vezes o fitam tentando desvendá-lo. Por correspondência, abaixo, o poema “Olha-me!”, escrito por Olavo Bilac um dos maiores nomes do parnasianismo no Brasil. Assim como o poeta parnasiano, o arquiteto que projetou o teatro se baseia em uma métrica rigorosa com códigos pré-estabelecidos.
Enfim, percebemos claramente que basta um olhar mais crítico e curioso para associarmos ao lirismo os enredos, estilos, e personagens embrenhados no concreto dessa nossa selva de pedra.
Olha-me!
Olavo Bilac
Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Entra-me o peito, como um largo rio
De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando
O ermo de um bosque tenebroso e frio.
Fala-me! Em grupos doudejantes, quando
Falas, por noites cálidas de estio,
As estrelas acendem-se, radiando,
Altas, semeadas pelo céu sombrio.
Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto
Agora, agora de ternura cheia,
Abre em chispas de fogo essa pupila...
E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto
Em seu fulgor me abraso, uma sereia
Soluce e cante nessa voz tranquila!
Atividade de Letras Integradas - Modelo Social e Esquema Individual da Sociedade Atual Feminista.
Modelo Social e Esquema Individual da Sociedade Atual Feminista.
Modelo Social Atual: Feminismo.
A tirinha acima representa com humor, a posição da mulher numa sociedade machista. O deboche do homem e do menino sobre a mulher que diz gostar de cozinhar mas não gosta de fazer frituras. Será que a mulher vai para a academia depois de um dia exaustivo de trabalho porque deseja estar condicionada fisicamente, ou por que o padrão de beleza imposto pela sociedade exige que, além de cumprir longas jornadas de trabalho, ela tenha um corpo perfeito?
A mulher moderna corre atrás do que quer. Do emprego que quer, dos amigos que quer, da casa que quer. Mulheres modernas mudam de emprego, de padrão de vida, de casa, de horário de trabalho e são donas dos seus narizes.
Esquema Individual: Eu não quero ser Amélia.
DESABAFO - MULHER MODERNA
"São 6h...
O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede...
Estou tão cansada... não queria ter que trabalhar hoje...
Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até...
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas...
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem...
Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento...
Brigadeiro...
Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher... queria saber
PORQUE ela fez isso conosco, que nascemos depois dela...
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas
dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, frequentando saraus, ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço"!!!
Que espaço, minha filha???
Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, pra tudo!!! Que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz...
Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá,
porque naquela época não existia Bernard do vôlei.
PORQUE???..me digam PORQUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!!!
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que acessórios usar...
tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair
sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus!!!
E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!). ..
Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles...
Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGAAAAAAA!!!... eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta
para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões
cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... ai, meu Deus, já são 6:30,tenho que levantar!...,
e tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga
"meu bem, me traz um cafezinho, por favor?",
descobri que nasci para servir.
Vocês pensam que eu tô ironizando? To falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna....
Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?"
Modelo Social Atual: Feminismo.
A tirinha acima representa com humor, a posição da mulher numa sociedade machista. O deboche do homem e do menino sobre a mulher que diz gostar de cozinhar mas não gosta de fazer frituras. Será que a mulher vai para a academia depois de um dia exaustivo de trabalho porque deseja estar condicionada fisicamente, ou por que o padrão de beleza imposto pela sociedade exige que, além de cumprir longas jornadas de trabalho, ela tenha um corpo perfeito?
A mulher moderna corre atrás do que quer. Do emprego que quer, dos amigos que quer, da casa que quer. Mulheres modernas mudam de emprego, de padrão de vida, de casa, de horário de trabalho e são donas dos seus narizes.
Esquema Individual: Eu não quero ser Amélia.
DESABAFO - MULHER MODERNA
"São 6h...
O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede...
Estou tão cansada... não queria ter que trabalhar hoje...
Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até...
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas...
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem...
Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento...
Brigadeiro...
Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher... queria saber
PORQUE ela fez isso conosco, que nascemos depois dela...
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas
dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, frequentando saraus, ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço"!!!
Que espaço, minha filha???
Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, pra tudo!!! Que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz...
Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá,
porque naquela época não existia Bernard do vôlei.
PORQUE???..me digam PORQUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!!!
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que acessórios usar...
tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair
sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus!!!
E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!). ..
Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles...
Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGAAAAAAA!!!... eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta
para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões
cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... ai, meu Deus, já são 6:30,tenho que levantar!...,
e tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga
"meu bem, me traz um cafezinho, por favor?",
descobri que nasci para servir.
Vocês pensam que eu tô ironizando? To falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna....
Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?"
Formação Discursiva – Esquema Individual e Modelo Social.
Dulcinéia Ferrari – RA C238FJ8 – Letras 5º Semestre.
Formação Discursiva – Esquema Individual e Modelo Social.
“1,8 mil professores recebem gratificação para compensar violência diária dentro e fora de escolas”
Professores sofrem assaltos constantes no caminho para escolas, e ameaças de alunos armados dentro delas. O Município garante um extra de R$ 582,91 a quem trabalha em zonas perigosas. O Estado, nem isso.
Formação Discursiva – Esquema Individual e Modelo Social.
“1,8 mil professores recebem gratificação para compensar violência diária dentro e fora de escolas”
Professores sofrem assaltos constantes no caminho para escolas, e ameaças de alunos armados dentro delas. O Município garante um extra de R$ 582,91 a quem trabalha em zonas perigosas. O Estado, nem isso.
A marca de bala na parede já revela o cenário em uma escola de Fortaleza. Alunos assistem a aulas armados de revólver, disparam ameaças se expulsos de sala, “tocam o terror” quando são contrariados, seja dentro ou fora da instituição. Até no direito de ir e vir dos outros assegurado na Constituição Federal eles interferem. E, no meio disso tudo, estão os profissionais do ensino. A rotina de professor da rede pública tem sido uma luta constante contra o medo e a vontade de desistir da profissão. [...] Para completar o drama, os professores da rede estadual do Ceará não recebem a gratificação, até então exclusiva para os professores municipais. Eles se arriscam nas escolas e não são beneficiados com nenhum tipo de remuneração. Segundo a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), não há previsão legal para o recebimento do benefício. “Hoje, nós, professores temos que lidar com a violência dentro e fora da escola, não há lugar seguro. Entrego todos os dias minha vida nas mãos de Deus; porque, se até para a polícia a situação está difícil, imagine para o cidadão comum”.
Dois em um.
Em uma só matéria foi possível encontrar um exemplo de cada modelo dos esquemas que definem uma maneira específica de habitar o mundo. De um lado, os professores que ocupam um espaço no esquema modelo social, e de outro, os alunos, que ocupam o outro espaço: o do esquema individual, ambos à partir da Formação Discursiva.
A formação discursiva, permeada pela noção de formação ideológica – perspectiva de mundo de uma determinada classe social -, estabelece o que pode e deve ser dito a partir de uma posição dada, em uma conjuntura dada. Em decorrência à nova forma de concepção de processo discursivo, a noção de sujeito da enunciação, por sua vez, sofre alteração. Visto que esse sujeito exerce vários papéis em diferentes espaços discursivos, ele apresenta-se dividido e heterogêneo.
O processo discursivo é construído pela relação de conflitos (ou não) travados na disputa de espaço das diferentes formações discursivas. Em consequência, o sujeito é definido pelo lugar de onde fala, pelo espaço de representação social que ocupa no desempenhar de seus vários papéis, revelando, portanto, a sua posição ideológica.
Corpos Pintados - Atividade de Letras Integradas - Construção e Reconstrução do Objeto do Discurso
Atividade de Letras Integradas.
Andrea Vasconcelos de Oliveira RA C270EA8
Dulcinéia Ferrari Ra C238FJ8
Jacqueline Sayuri RA
Leandro Soares RA
Vilmar de Andrade Xavier RA T 702461
Corpos pintados
Walcyr Carrasco
Andrea Vasconcelos de Oliveira RA C270EA8
Dulcinéia Ferrari Ra C238FJ8
Jacqueline Sayuri RA
Leandro Soares RA
Vilmar de Andrade Xavier RA T 702461
Corpos pintados
Walcyr Carrasco
Ando pensando em fazer uma tatuagem. Juro. Vestir somente a pele com que nasci parece ter se tornado fora de moda. Já estive diante de fotos de tattos em várias ocasiões, pensando em qual poderia ser a minha. As pessoas têm cada vez mais desenhos estampados no corpo. Às vezes acho exagero. O namorado de uma amiga minha tem tanta tatuagem que é de espantar. Até onde pude ver – ou seja, na piscina, de sunga -, seu corpo é inteiramente coberto por arabescos. Menos o rosto. Acredito que umas partes mais sensíveis também se salvaram. Será? São dragões, sóis, luas, âncoras, símbolos tribais, letras exóticas. Ele parece um tapete persa! Com um agravante: como é peludo, os dragões têm peruca e a cauda da serpente é enfeitada com tufos! Outra amiga, espantada, fofocou:
- Não sei o que ela viu naquele rapaz!
- Imagino o que ela não viu! – argumentei.
Tornou-se moda tatuar o nome da paixão mais recente. Principalmente nos pés. Certa mocinha, acreditando que cada um de seus amores é eterno, já botou dois ou três. Até onde eu sei, é doloroso apagar uma tatuagem. Ela vai acrescentando. Dia desses, propus:
- Por que você não coloca em ordem alfabética?
Ela me respondeu com um olhar enraivecido, como se eu tivesse dito o maior absurdo do mundo:
- Nunca mais vou me apaixonar! Ele é tudo pra mim! – chispou.
Suspirei. Ah, a juventude! A continuar assim, nos próximos anos ficará igualzinha a uma lista telefônica.
Um rapaz, já trintão, tatuou a imagem do filhinho, ainda bebê. Não ficou lá essas coisas. Parecia um monstrinho! Se pintar um retrato sobre tela já é difícil, em cima de pele, piora! Mostrou, orgulhoso. Refleti:
- Quando ele crescer você vai acrescentar barba, bigode?
- Faço outra.
Vai acabar botando um álbum de retratos: o filho dando os primeiros passos, de bicicletinha, pegando o diploma...
Minha amiga Lalá não resistiu: pôs uma serpente no tornozelo.
- Depois quero uma borboleta no ombro!
- Se você engordar, a borboleta vai ficar parecendo uma gaivota! – argumentei.
Outro amigo, Markus, quis um dragão no antebraço. Enorme. Foram semanas sem poder tomar sol. Ficou lindo! Recentemente descobriu pelo horóscopo chinês que não deveria ter um dragão, mas um gato.
- Quem sabe se eu colocar umas orelhinhas no dragão fica parecido... - imaginou.
- Gato não solta fogo pela boca. Nem tem asas – lembrei.
Markus gemeu.
- E se eu fizer um gato correndo atrás do dragão?
Silenciei. Há momentos em que o melhor a fazer é fechar o bico. Antes que ele acabe com um zoológico inteiro!
Não desisti de minha própria tatuagem. Falei com um profissional. Meu segredo: também quero um dragão!
- Se eu engordar, o dragão também engorda? – perguntei.
O rapaz fez que sim:
- A pele vai esticar.
- Que graça tem um dragão barrigudo?
- Por que você não engorda tudo o que tem pra engordar e depois faz a tatuagem?
Observei o tatuador. Magérrimo. Gente magra não tem noção. Sempre é possível engordar mais um pouco.
- Se depois eu emagrecer, o que acontece?
- O dragão ficará enrugado.
Céus, quem quer um dragão enrugado?
- Por que não bota uma baleia de uma vez? – arriscou o tatuador.
Voei para longe. Todo o meu romantismo acabou. Lalá sugeriu:
- Faça com hena. Depois sai.
Recusei. Tatuagem é diferente. Dura pra sempre. Usar é como pertencer a uma tribo. Justamente por ser definitiva, resolvi esperar. Até ter certeza da escolha. Dragão, serpente, jacaré ou passarinho, a imagem vai me acompanhar por toda a vida.
Coesão e Coerência
- Objeto do Discurso: a referenciação, da mesma forma que a progressão referencial, consiste na construção e reconstrução do objeto de discurso. (Dulcinéia)
- Retomada/Manutenção: - Anáfora: o objeto de discurso já referenciado no texto é reativado de modo que permaneça em foco. Esses referentes podem ser em qualquer tempo, modificados ou expandidos, e vão, no processo de compreensão pelo leitor ou ouvinte, ativando na sua memória uma representação - que pode ser muito complexa - pelo acréscimo de novas categorizações, em relação ao referente. (Dulcinéia)
-Catáfora: O título do texto, “Corpos Pintados”, vai progredindo no texto, tomando várias outras formas. (Dulcinéia)
- Desfocalização: retirada do objeto de discurso do foco – que permanece ativado parcialmente - com a introdução de um novo objeto que passa a ocupar (temporariamente) a posição do objeto principal o qual permanece disponível para, imediatamente, ser utilizado assim que necessário. (Dulcinéia)
- Nominalização: As formas de expressão utilizadas pelo autor, que remetem ao objeto de discurso são:
- tapete persa
- lista telefônica
- parecia um monstrinho
- álbum de retratos
- parecendo uma gaivota
- fechar o bico
- zoológico inteiro - Vilmar
- Recategorização: As recategorizações são quaisquer palavras ou expressões que modifiquem o estatuto de um objeto-de-discurso.
No texto identificamos as recategorizações de tatuagem (objeto de discurso) justamente nos encapsulamentos, onde o autor modifica o significado de tapete persa, lista telefônica, álbum de retratos e zoológico. Nesse contexto, essas expressões passam a ser sinônimos de tatuagem. - Jacqueline
- Encapsulamento – Rotular; Os encapsulamentos sumarizam informações contidas em seguimentos, encapsulando-as sob a forma de uma expressão nominal.
Conseguimos identificar quatro encapsulamentos no texto:
“seu corpo é inteiramente coberto por arabescos. [...] São dragões, sóis, luas, âncoras, símbolos tribais, letras exóticas. Ele parece um tapete persa!”
“Tornou-se moda tatuar o nome da paixão mais recente. [...] Certa mocinha, acreditando que cada um de seus amores é eterno, já botou dois ou três. [...] A continuar assim, nos próximos anos ficará igualzinha a uma lista telefônica.”
“Um rapaz, já trintão, tatuou a imagem do filhinho, ainda bebê. [...]
- Quando ele crescer, você vai acrescentar barba, bigode?
- Faço outra.
Vai acabar botando um álbum de retratos.”
“Outro amigo, Markus, quis um dragão no antebraço. [...] Recentemente, descobriu. Pelo horóscopo chinês, não deveria ter dragão. Mas um gato. [...]
- E se eu fizer um gato correndo atrás do dragão?
Silenciei. Há momentos em que o melhor é fechar o bico. Antes que ele acabe com um zoológico inteiro!”
Tapete persa, lista telefônica, álbum de retratos e zoológico são encapsulamentos pois eles sumarizam, unificam várias informações em um único termo. - Jacqueline
Definição de Hiperônimo e Hipônimo: são termos de um mesmo campo de sentido, em que um deles designa o gênero e o outro, a espécie. (Leandro)
- Hiperônimo: O hiperônimo encontrado no texto é: Zoológico
- Hipônimo: Os hipônimos encontrados no texto são: dragão, borboleta, serpente, gaivota, gato, baleia, jacaré e passarinho.
- Metaenunciação:
- O pensamento do personagem em fazer uma tatuagem: “Ando pensando em fazer uma tatuagem”.
- O questionamento a respeito da pele sem tatuagem.
- O fato de questionar as tatuagens existentes e o que leva as pessoas a fazerem determinados desenhos.
- As mudanças no corpo, que podem ou não, afetar os desenhos.
- o fato de a tatuagem ser algo definitivo implica diretamente na escolha de um desenho que o leve a fazer parte de determinada tribo, em ser aceito: “Usar é como pertencer a uma tribo.” (Andrea)
Definição de Anáfora didática definidora: são os elementos previamente introduzidos, e o definiens (definição) é aportado pela forma anafórica. Esta pode vir acompanhada de expressões características da definição, como um tipo de, uma espécie de etc. (Leandro)
.
- Anáfora didática definidora: a anáfora didática definidora encontrada no texto é: “... seu corpo é inteiramente coberto de arabesco”, que se remete a questão de “... desenhos estampados no corpo...” que o faz remeter a um tapete persa. ”... ele parece um tapete persa...”.
Vanguarda Européia - Expressionismo - Letras Integradas
Atividade de Letras Integradas.
Andrea Vasconcelos de Oliveira RA C270EA8
Dulcinéia Ferrari Ra C238FJ8
Vilmar de Andrade Xavier RA T 702461
Literatura
Melancolia - August Stramm
Andar aspirar
Vida anseia
Estremecer estar
Olhares procuram
Morrer cresce
O chegar
Grita!
Profundamente
Nós
Emudecemos.
Bela juventude – Gottfried Benn
A boca de uma moça que há muito jazia em meio aos juncos
parecia toda roída.
Quando abriram o peito, o esôfago era só buracos.
Acabaram achando num recanto embaixo do diafragma
um ninho de ratos jovens.
Uma das irmãzinhas pequenas morrera.
Os outros viviam do fígado e dos rins,
bebiam sangue frio e tinham
passado ali uma bela juventude.
E bela e pronta foi também a morte deles:
foram jogados todos juntos na água.
Ah, como os focinhos guinchavam!
HOMO INFIMUS - AUGUSTO DOS ANJOS
Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O Universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!
O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omega
Amarguram-te. Hebdômadas hostis
Passam... Teu coração se desagrega,
Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!
Fruto injustificável dentre os frutos,
Montão de estercorária argila preta,
Excrescência de terra singular.
Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: - o de chorar!
Eu e outras poesias, 1920
Andrea Vasconcelos de Oliveira RA C270EA8
Dulcinéia Ferrari Ra C238FJ8
Vilmar de Andrade Xavier RA T 702461
Vanguarda Européia - Expressionismo
Início Alemanha 1905.
Proposta do movimento:
- Cores intensas, simbólicas
- Imagens sugestivas
- Deformação da realidade
- Mostra seus aspectos hediondos, terríveis e dolorosos
- Valorização dos conteúdos subjetivos da expressão
- o estado psicológico e os valores humanos
- denúncias sociais.
O termo expressionismo tem sentido histórico preciso ao designar uma tendência da arte europeia moderna, enraizada em solo alemão, entre 1905 e 1914. A noção, empregada pela primeira vez em 1911 na revista Der Sturm [A Tempestade], mais importante órgão do movimento, marca oposição ao impressionismo francês. À ideia de registro da natureza por meio de sensações visuais imediatas, cara aos impressionistas, o expressionismo contrapõe a expressão que se projeta do artista para a realidade, distante das paisagens luminosas de Claude Monet (1840-1926), ou de uma concepção de arte ligada à mente, e não apenas ao olhar, como quer Paul Cézanne (1839-1906). Para os expressionistas, arte liga-se à ação, muitas vezes violenta, através da qual a imagem é criada, com o auxílio de cores fortes - que rejeitam a verossimilhança - e de formas distorcidas. A afirmação do expressionismo se dá com o grupo Die Brücke [A Ponte], criado em 1905 em Dresden, contemporâneo ao fauvismo francês, no qual se inspira.
Formado por artistas como Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), Erich Heckel (1883-1970), Emil Nolde (1867-1956), Ernst Barlach (1870-1938), entre outros, o grupo define objetivos e procedimentos que ficam, daí por diante, associados ao movimento alemão: o caráter de crítica social da arte; as figuras deformadas, cores contrastantes e pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento; a retomada das artes gráficas, especialmente da xilogravura; o interesse pela arte primitiva. Essa poética encontra sua tradução em motivos retirados do cotidiano, nos quais se observam o acento dramático e algumas obsessões temáticas, por exemplo, o sexo e a morte.
A arte expressionista encontra suas fontes no romantismo alemão, em sua problematica do isolamento do homem frente à natureza, assim como na defesa de uma poética sensível à expressão do irracional, dos impulsos e paixões individuais. Combina-se a essa matriz, o pós-impressionismo de Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903). Do primeiro, destacam-se a intensidade com que cria objetos e cenas, assim como o registro da emoção subjetiva em cores e linhas. Do segundo, um certo achatamento da forma, obtido com o auxílio da suspensão das sombras, o uso de grandes áreas de cor e atenção às culturas primitivas. O imaginário monstruoso do pintor belga Jame Ensor (1860-1949), suas máscaras e anjos decaídos, constitui outra referência importante. Assim como uma releitura do simbolismo, pelas possibilidades que abre à fantasia e ao universo onírico, embora os expressionistas descartem uma visão transcendente do simbólico e certo espiritualismo que rondam a linguagem simbolista. O pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) é talvez a maior referência do expressionismo alemão.
A dramaturgia de Ibsen e Strindberg bem como as obras de Van Gogh e Gauguin marcam decisivamente os trabalhos de Munch, em sua ênfase no sentido trágico da vida. A famosa tela O Grito, 1893 - reproduzida dois anos depois em litografia -, fornece uma chave privilegiada de acesso ao seu universo. A pessoa de aspecto fantasmático, em primeiro plano, define um foco que arrasta todo o cenário. As linhas deformadas da figura expandem-se pelo entorno, que participa da angústia do grito, emitido por ela própria, segundo algumas leituras, ou pela natureza, de acordo com Munch em texto escrito para o quadro, publicado na Revue Blanche, em 1895: "Tornei-me consciente do infinito e vasto grito da natureza". A distorção da figura que grita - ou que abafa com as mãos o grito da natureza -, sobre a qual paira a imagem da morte, afasta qualquer idéia de beleza.
O expressionismo conhece desdobramentos em outros grupos na Alemanha, como o Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], de Franz Marc (1880-1916) e Wassily Kandinsky (1866-1944), criado em 1911, e considerado um dos pontos altos do movimento. Perseguido pelos nazistas em 1933 como "arte degenerada", o expressionismo é retomado após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), num contexto de crítica ao fascismo e de tematização dos horrores da guerra, cujo exemplo maior é Guernica, de Pablo Picasso (1881-1973).
Fora da Alemanha, manifestações de cunho expressionista aparecem na Bélgica e Holanda e dialogam, de modos diferentes, com o expressionismo alemão. Após os anos 1950, o expressionismo abstrato aparece como principal herdeiro do movimento nos Estados Unidos.
No Brasil, a produção dos anos de Anita Malfatti (1889-1964), em trabalhos como O Japonês, A Estudante Russa e A Boba, são reveladores de seu aprendizado expressionista. Augusto dos Anjos, com pouca ou nenhuma expressão à época. Ainda no contexto modernista, é possível lembrar a forte dicção expressionista de parte da obra Lasar Segall (1891-1957) e o expressionismo sui generis de Oswaldo Goeldi (1895-1961). Mais para frente, com as obras de Flávio de Carvalho (1899-1973), e com as pinturas de Iberê Camargo (1914-1994), percebem-se as possibilidades abertas pela sintaxe expressionista do país.
Principais artistas:
- Vincent Van Gogh, O Homem Velho
- Evard Munch, o grito
Uma imagem fala mais que mil palavras, a subjetividade do autor deixa a subjetividade do interlocutor falar, também.
Literatura
Melancolia - August Stramm
Andar aspirar
Vida anseia
Estremecer estar
Olhares procuram
Morrer cresce
O chegar
Grita!
Profundamente
Nós
Emudecemos.
Bela juventude – Gottfried Benn
A boca de uma moça que há muito jazia em meio aos juncos
parecia toda roída.
Quando abriram o peito, o esôfago era só buracos.
Acabaram achando num recanto embaixo do diafragma
um ninho de ratos jovens.
Uma das irmãzinhas pequenas morrera.
Os outros viviam do fígado e dos rins,
bebiam sangue frio e tinham
passado ali uma bela juventude.
E bela e pronta foi também a morte deles:
foram jogados todos juntos na água.
Ah, como os focinhos guinchavam!
HOMO INFIMUS - AUGUSTO DOS ANJOS
Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O Universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!
O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omega
Amarguram-te. Hebdômadas hostis
Passam... Teu coração se desagrega,
Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!
Fruto injustificável dentre os frutos,
Montão de estercorária argila preta,
Excrescência de terra singular.
Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: - o de chorar!
Eu e outras poesias, 1920
Campo, Capital e Habitus - Análise Discurso Crítica e Semiótica
Atividade de ACD – Filme: Nós que aqui estamos por vós esperamos.
Dulcinéia Ferrari C238FJ8
1)A primeira imagem deste filme é um letreiro, sobre um fundo branco que diz “o historiador é o rei”. De acordo com a preconização de Bourdieu, existem estruturas objetivas no mundo social que podem coagir a ação dos indivíduos que são construídas socialmente. Aqui já podemos perceber a representação de campo que é um espaço simbólico onde os conflitos legitimam as representações. O historiador, que tem tanto um compromisso com a “verdade” da ciência histórica quanto uma desconfiança com esta, uma vez que ele é visto como a figura que “descreve o ‘real’”, e o rei, como símbolo do poder, o poder de ditar “verdades”. Assim, o historiador construiu o seu espaço no campo pelo habitus que é a capacidade de incorporação de determinada estrutura social e acumulou capital específico (o domínio do campo, pelo seu conhecimento e preparo) suficiente que o fortaleceu a conquistar seu lugar nesse campo.
2)Outra cena: uma imagem abre-se nas nuvens para deixar ver dois homens de joelhos, posição de humilhação, levando tiros que partem de alguém que não se vê nem corpo nem rosto, só arma. Afinal, o que é uma guerra senão pessoas desconhecidas matando-se umas às outras por motivos que elas desconhecem? Apenas cumprem com suas obrigações de obedecer a um sistema que, na grande maioria das vezes, elas nem compreendem. Aqui temos a representação de campo caracterizado pela disputa de algum tipo de espaço, onde prevalece a lei do mais forte sobre o mais fraco. Dentro desse campo, os executadores adquirem um habitus (matar, sem olhar a quem) que é a condição de existência. Os executados aqui, não tinham capital algum que lhes proporcionasse a possibilidade de negociação.
3) Imagem do cemitério (sempre em preto e branco), enfoca o túmulo de Alex Anderson (1882-1919), passa rapidamente para Detroit – fordismo como mostra o letreiro. Homens e máquinas trabalhando juntos sob as palavras: “o tempo de produção de um carro foi reduzido de 14h para 1h e 33 minutos”. Alex é funcionário na fábrica de carros, trabalha muito, ganha pouco, folga domingo. Letreiro: “Nunca teve um Ford T – morreu de gripe espanhola”. Segundo Bourdieu (1983) “[...] as lutas cujo espaço é o campo têm por objetivo o monopólio da violência legítima (autoridade específica)[...]”, que conserva ou subverte a estrutura distributiva do capital específico. Como o capital do funcionário era tão somente sua mão de obra a sua participação no processo de construção de um capital específico – o dinheiro – ele foi lembrado apenas como uma engrenagem. O seu habitus foi construído a partir de seu reconhecimento das leis do jogo, do objeto de disputas. Talvez ele soubesse que morreria sem nunca ter podido comprar o seu próprio Ford.
Dulcinéia Ferrari C238FJ8
1)A primeira imagem deste filme é um letreiro, sobre um fundo branco que diz “o historiador é o rei”. De acordo com a preconização de Bourdieu, existem estruturas objetivas no mundo social que podem coagir a ação dos indivíduos que são construídas socialmente. Aqui já podemos perceber a representação de campo que é um espaço simbólico onde os conflitos legitimam as representações. O historiador, que tem tanto um compromisso com a “verdade” da ciência histórica quanto uma desconfiança com esta, uma vez que ele é visto como a figura que “descreve o ‘real’”, e o rei, como símbolo do poder, o poder de ditar “verdades”. Assim, o historiador construiu o seu espaço no campo pelo habitus que é a capacidade de incorporação de determinada estrutura social e acumulou capital específico (o domínio do campo, pelo seu conhecimento e preparo) suficiente que o fortaleceu a conquistar seu lugar nesse campo.
2)Outra cena: uma imagem abre-se nas nuvens para deixar ver dois homens de joelhos, posição de humilhação, levando tiros que partem de alguém que não se vê nem corpo nem rosto, só arma. Afinal, o que é uma guerra senão pessoas desconhecidas matando-se umas às outras por motivos que elas desconhecem? Apenas cumprem com suas obrigações de obedecer a um sistema que, na grande maioria das vezes, elas nem compreendem. Aqui temos a representação de campo caracterizado pela disputa de algum tipo de espaço, onde prevalece a lei do mais forte sobre o mais fraco. Dentro desse campo, os executadores adquirem um habitus (matar, sem olhar a quem) que é a condição de existência. Os executados aqui, não tinham capital algum que lhes proporcionasse a possibilidade de negociação.
3) Imagem do cemitério (sempre em preto e branco), enfoca o túmulo de Alex Anderson (1882-1919), passa rapidamente para Detroit – fordismo como mostra o letreiro. Homens e máquinas trabalhando juntos sob as palavras: “o tempo de produção de um carro foi reduzido de 14h para 1h e 33 minutos”. Alex é funcionário na fábrica de carros, trabalha muito, ganha pouco, folga domingo. Letreiro: “Nunca teve um Ford T – morreu de gripe espanhola”. Segundo Bourdieu (1983) “[...] as lutas cujo espaço é o campo têm por objetivo o monopólio da violência legítima (autoridade específica)[...]”, que conserva ou subverte a estrutura distributiva do capital específico. Como o capital do funcionário era tão somente sua mão de obra a sua participação no processo de construção de um capital específico – o dinheiro – ele foi lembrado apenas como uma engrenagem. O seu habitus foi construído a partir de seu reconhecimento das leis do jogo, do objeto de disputas. Talvez ele soubesse que morreria sem nunca ter podido comprar o seu próprio Ford.
Análise de Poema - Métrica - Letras Integradas
Dulcinéia Ferrari – Letras - RA C238FJ8
Soneto de Fidelidade
Vinícius de Morais
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos (com 10 sílabas) regulares e nas duas primeiras estrofes (que são quartetos) a rima é cruzada ou entrelaçada, ABBA/ABBA. Nos tercetos, as rimas são misturadas CDE/DEC, como se fossem um sexteto.
Soneto do Amor Total
Vinícius de Morais
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos regulares (com 10 sílabas) sendo dois quartetos (estrofe de quatro versos) com rimas ABAB/ABBA e dois tercetos (estrofe de três versos) com rimas CDC/DCD.
Soneto de separação
Vinícius de Morais
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, 09.1938
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos regulares (com 10 sílabas) sendo dois quartetos (estrofe de quatro versos) com rimas ABBA/CDCD e dois tercetos (estrofe de três versos) com rimas EFE/FFE.
Soneto de Fidelidade
Vinícius de Morais
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos (com 10 sílabas) regulares e nas duas primeiras estrofes (que são quartetos) a rima é cruzada ou entrelaçada, ABBA/ABBA. Nos tercetos, as rimas são misturadas CDE/DEC, como se fossem um sexteto.
Soneto do Amor Total
Vinícius de Morais
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos regulares (com 10 sílabas) sendo dois quartetos (estrofe de quatro versos) com rimas ABAB/ABBA e dois tercetos (estrofe de três versos) com rimas CDC/DCD.
Soneto de separação
Vinícius de Morais
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, 09.1938
Este poema é composto por 14 versos, organizados em 2 quartetos e 2 tercetos, sendo essa uma característica distintiva de um soneto.
Relativamente à métrica ou escansão do poema, as quatro estrofes apresentam versos decassílabos regulares (com 10 sílabas) sendo dois quartetos (estrofe de quatro versos) com rimas ABBA/CDCD e dois tercetos (estrofe de três versos) com rimas EFE/FFE.
Gêneros Textuais - Propaganda Publicitária
Dulcinéia Ferrari RA C238FJ8
Leandro Almeida RA C332283
Gêneros Textuais : Propaganda Publicitária
O texto da propaganda publicitária tem como objetivo despertar e atrair a atenção, o interesse e o desejo de potenciais consumidores, induzindo-os a memorizar a sua mensagem e a adquirir o seu produto. Consideraremos, principalmente, no que diz respeito ao Gênero Textual propaganda e seus tipos relativamente estáveis dos enunciados: o conteúdo temático, assunto, estrutura composicional, elementos que compõem o texto, estilo e público-alvo em cada propaganda apresentada. Utilizaremos a perspectiva bakhtiniana de Gêneros Textuais. Sem nos aprofundarmos muito, passaremos num caso ou noutro, pelas lexias de Pottier.
'' Gênero textual é a expressão que utilizamos ao nos referirmos aos textos formalizados que encontramos no cotidiano e que apresentam características sociais e comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição específicos. '' Marcuschi, 2005
'' Bakhtin (1997) ao se referir a gênero aponta para três elementos que o constituem: conteúdo temático, estilo e construção composicional. O conteúdo temático corresponde ao conjunto de temáticas que podem ser abordadas por um determinado gênero. Não se entenda aqui conteúdo temático como assunto, mas como um leque de temas que podem ser tratados em um dado gênero. A construção composicional diz respeito à estruturação geral interna do enunciado. O estilo, por sua vez, corresponde aos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais utilizados pelo enunciador.''
Este anúncio nos traz como tema a “acessibilidade” com a imagem de um rapaz utilizando o produto, além das três embalagens do mesmo com suas respectivas fragrâncias, acompanhada do texto “Axe Compact, o aerosol que cabe no seu bolso”.
O texto denota o estilo e a estrutura composicional com linguagem verbal e não verbal da peça, adotados pelo autor: a referência ao dito popular “que cabe no seu bolso” é o preço do produto que cabe no orçamento do cliente e o tamanho do produto, que é compacto, característica explícita do desodorante denota que ambos cabem no seu bolso. Mesclando gêneros, propaganda e dito popular, o autor intenciona atingir um público mais jovem e de poder aquisitivo mais modesto (apesar de não mostrar o preço), por sugestão. Chegamos a essa conclusão pelo prévio conhecimento de se tratar de um produto popular.
O tema deste anúncio é o poder da conquista. A imagem de uma bela mulher, uma maçã e o texto “Era uma vez uma garota branca como a neve. Que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões. Mas vários morenos de 1,80m”, denotam claramente esse desejo. A frase “Você pode ser o quiser” abaixo do slogan do anunciante ratifica a intencionalidade da propaganda de induzir a mulher a acreditar que utilizando produtos dessa marca ela conquistará vários morenos e provocará inveja nas outras mulheres, principalmente nas que não usam esses produtos. O autor, ao remeter à Branca de Neve, personagem infantil famosa por sua beleza, que causava inveja à madrasta má, que conquistou os sete anões, provoca no leitor de sua peça a intertextualidade, o que a torna absolutamente compreensível dentro de sua intencionalidade, pois se supõe que grande parte das pessoas (senão todas) já ouviu a história da heroína dos contos infantis. Há muitos conteúdos implícitos na estética do anúncio, por exemplo, os elementos não verbais do mesmo. O posicionamento da maçã num primeiro plano simboliza a passagem da ingenuidade para a sensualidade, uma vez que essa fruta, segundo a bíblia, representa o pecado. A cor vermelha da fita no cabelo, na alça do vestido e na boca da Branca de Neve, traz um tom de sensualidade e força da mulher moderna, que é forte, decidida, independente e sedutora. Apesar de começar a mensagem com o “era uma vez...” seu desfecho o desvia completamente do conto original. O público alvo julga-se que seja o feminino.
A propaganda é sobre o remédio Alca-Luftal, que trata do mal estar causado pela indigestão de alimentos, e utiliza a imagem de uma mulher com um “nó na barriga”, representando a prisão de ventre, a má digestão. Aqui o autor faz uso do virtuema que significa que o que a imagem demonstra é a representação virtual do “nó na barriga”. A blusa branca deixa em evidência o tal “nó na barriga”, que é uma expressão popular que tem a intenção de traduzir em palavras o desconforto causado pela má digestão. Essa expressão é uma combinação lexial que forma uma unidade lexemática.
A principal intenção da propaganda é demonstrar que o remédio é capaz de aliviar os sintomas do mal estar que a má digestão provoca. É o que o texto no alto da imagem afirma.
Público Alvo: Pessoas que sofrem com a má digestão, principalmente as mulheres.
A cor vermelha em evidência na propaganda sugere uma sensualidade provocada pelo consumo da bebida. A composição da propaganda se dá a partir da figura de uma linda mulher, seminua, envolta por uma espécie de laço vermelho, que remete à cor da bebida, com longos cabelos soltos, um olhar convidativo, mostra como os efeitos de sentidos são canalizados, pela leitura, para a sensualidade. A implicitude é o estilo adotado pelo autor. Por ter o público masculino como principal alvo, o slogan “só ele é assim” induz o leitor a crer que somente apreciando esta bebida ele será capaz de conquistar uma mulher tão bonita como a da peça publicitária. A frase na vertical, no canto esquerdo, adverte para o consumo com moderação, por tratar-se de bebida alcoólica.
Esta propaganda possui recursos lexicais bastante objetivos e é direcionada a um público de poder aquisitivo mais elevado. Geralmente, pessoas de poder aquisitivo mais modesto não têm condições de pagar por um serviço pressupostamente considerado caro. Provavelmente essas pessoas nem associem o nome Air France a uma companhia aérea. O texto da peça, escrito em branco sobre o fundo escuro da blusa do modelo, descreve os benefícios de escolher a companhia para os voos. O título Business Class, em inglês, significa que se trata de voos para homens de negócios que, enquanto viajam tranquilamente, tomam decisões importantes. A figura do homem num cenário de céu azul límpido num dia ensolarado com uma expressão serena, relaxada, expressa a confiança que deposita na empresa para realizar suas viagens.
Marcelo Oliveira RA 384836
A propaganda é composta a partir da marca mundialmente famosa: “NIKE” aonde o protagonista “goleiro” mostra a suas qualidades e a suas expectativas como esportista na sua luta para alcançar a vitória da sua equipe. A mensagem transmitida possui uma linguagem verbal de fácil compreensão.
Trata-se de uma temática voltada à compra de mercadorias, cujo seu patrocinador destaca em torno da grande marca consumida a combinação de valores entre as pessoas praticantes de exercícios e a consagração da força que trás este produto.
Seu público alvo alcança: esportistas, atletas amadores e profissionais nas diversas modalidades.
O texto publicitário relata em seu objetivo a compra do produto de forma atrativa e tentadora ao destacar uma mulher na capa ao passo de induzi-lo ao consumo, tendo como influência a mistura sensual de uma modelo seminua com o forte sabor da bebida.
Seu gênero textual e seus respectivos anúncios também são resultantes de um conteúdo temático composto em sua estrutura de um público alvo mais maduro. Como em qualquer texto de elaboração demonstrativa algumas especificidades entram em destaque. Entre elas:
- Conduzir o leitor à ação de compra;
- Imagens, cores, logotipo que induzem a leitura do texto;
- Estratégia persuasiva que desperta o desejo de consumo;
- Elaboração de frases concisas, curtas e objetivas;
- Linguagem verbal e não verbal.
Esta propaganda repercute com o tema “consumismo” trazendo em seu conteúdo uma modelo revestida em uma casca de laranja personalizada junto ao produto exótico com os dizeres abaixo: “ a receita da noite é começar bem... Campari só ele é assim”.
O estilo e sua estrutura composicional denota no seu contexto a sensualidade da mulher em trajes virtuais na forma de casca de laranja e bastante propício em uma comparação sucinta em lugares de frequência noturna como: bares e afins realçados sobre a cor vermelha (fundos) o destaque da bebida consumida a influenciar na diversão de homens e mulheres nestes estabelecimentos.
Leandro Almeida RA C332283
Gêneros Textuais : Propaganda Publicitária
O texto da propaganda publicitária tem como objetivo despertar e atrair a atenção, o interesse e o desejo de potenciais consumidores, induzindo-os a memorizar a sua mensagem e a adquirir o seu produto. Consideraremos, principalmente, no que diz respeito ao Gênero Textual propaganda e seus tipos relativamente estáveis dos enunciados: o conteúdo temático, assunto, estrutura composicional, elementos que compõem o texto, estilo e público-alvo em cada propaganda apresentada. Utilizaremos a perspectiva bakhtiniana de Gêneros Textuais. Sem nos aprofundarmos muito, passaremos num caso ou noutro, pelas lexias de Pottier.
'' Gênero textual é a expressão que utilizamos ao nos referirmos aos textos formalizados que encontramos no cotidiano e que apresentam características sociais e comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição específicos. '' Marcuschi, 2005
'' Bakhtin (1997) ao se referir a gênero aponta para três elementos que o constituem: conteúdo temático, estilo e construção composicional. O conteúdo temático corresponde ao conjunto de temáticas que podem ser abordadas por um determinado gênero. Não se entenda aqui conteúdo temático como assunto, mas como um leque de temas que podem ser tratados em um dado gênero. A construção composicional diz respeito à estruturação geral interna do enunciado. O estilo, por sua vez, corresponde aos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais utilizados pelo enunciador.''
Este anúncio nos traz como tema a “acessibilidade” com a imagem de um rapaz utilizando o produto, além das três embalagens do mesmo com suas respectivas fragrâncias, acompanhada do texto “Axe Compact, o aerosol que cabe no seu bolso”.
O texto denota o estilo e a estrutura composicional com linguagem verbal e não verbal da peça, adotados pelo autor: a referência ao dito popular “que cabe no seu bolso” é o preço do produto que cabe no orçamento do cliente e o tamanho do produto, que é compacto, característica explícita do desodorante denota que ambos cabem no seu bolso. Mesclando gêneros, propaganda e dito popular, o autor intenciona atingir um público mais jovem e de poder aquisitivo mais modesto (apesar de não mostrar o preço), por sugestão. Chegamos a essa conclusão pelo prévio conhecimento de se tratar de um produto popular.
O tema deste anúncio é o poder da conquista. A imagem de uma bela mulher, uma maçã e o texto “Era uma vez uma garota branca como a neve. Que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões. Mas vários morenos de 1,80m”, denotam claramente esse desejo. A frase “Você pode ser o quiser” abaixo do slogan do anunciante ratifica a intencionalidade da propaganda de induzir a mulher a acreditar que utilizando produtos dessa marca ela conquistará vários morenos e provocará inveja nas outras mulheres, principalmente nas que não usam esses produtos. O autor, ao remeter à Branca de Neve, personagem infantil famosa por sua beleza, que causava inveja à madrasta má, que conquistou os sete anões, provoca no leitor de sua peça a intertextualidade, o que a torna absolutamente compreensível dentro de sua intencionalidade, pois se supõe que grande parte das pessoas (senão todas) já ouviu a história da heroína dos contos infantis. Há muitos conteúdos implícitos na estética do anúncio, por exemplo, os elementos não verbais do mesmo. O posicionamento da maçã num primeiro plano simboliza a passagem da ingenuidade para a sensualidade, uma vez que essa fruta, segundo a bíblia, representa o pecado. A cor vermelha da fita no cabelo, na alça do vestido e na boca da Branca de Neve, traz um tom de sensualidade e força da mulher moderna, que é forte, decidida, independente e sedutora. Apesar de começar a mensagem com o “era uma vez...” seu desfecho o desvia completamente do conto original. O público alvo julga-se que seja o feminino.
A propaganda é sobre o remédio Alca-Luftal, que trata do mal estar causado pela indigestão de alimentos, e utiliza a imagem de uma mulher com um “nó na barriga”, representando a prisão de ventre, a má digestão. Aqui o autor faz uso do virtuema que significa que o que a imagem demonstra é a representação virtual do “nó na barriga”. A blusa branca deixa em evidência o tal “nó na barriga”, que é uma expressão popular que tem a intenção de traduzir em palavras o desconforto causado pela má digestão. Essa expressão é uma combinação lexial que forma uma unidade lexemática.
A principal intenção da propaganda é demonstrar que o remédio é capaz de aliviar os sintomas do mal estar que a má digestão provoca. É o que o texto no alto da imagem afirma.
Público Alvo: Pessoas que sofrem com a má digestão, principalmente as mulheres.
A cor vermelha em evidência na propaganda sugere uma sensualidade provocada pelo consumo da bebida. A composição da propaganda se dá a partir da figura de uma linda mulher, seminua, envolta por uma espécie de laço vermelho, que remete à cor da bebida, com longos cabelos soltos, um olhar convidativo, mostra como os efeitos de sentidos são canalizados, pela leitura, para a sensualidade. A implicitude é o estilo adotado pelo autor. Por ter o público masculino como principal alvo, o slogan “só ele é assim” induz o leitor a crer que somente apreciando esta bebida ele será capaz de conquistar uma mulher tão bonita como a da peça publicitária. A frase na vertical, no canto esquerdo, adverte para o consumo com moderação, por tratar-se de bebida alcoólica.
Esta propaganda possui recursos lexicais bastante objetivos e é direcionada a um público de poder aquisitivo mais elevado. Geralmente, pessoas de poder aquisitivo mais modesto não têm condições de pagar por um serviço pressupostamente considerado caro. Provavelmente essas pessoas nem associem o nome Air France a uma companhia aérea. O texto da peça, escrito em branco sobre o fundo escuro da blusa do modelo, descreve os benefícios de escolher a companhia para os voos. O título Business Class, em inglês, significa que se trata de voos para homens de negócios que, enquanto viajam tranquilamente, tomam decisões importantes. A figura do homem num cenário de céu azul límpido num dia ensolarado com uma expressão serena, relaxada, expressa a confiança que deposita na empresa para realizar suas viagens.
Marcelo Oliveira RA 384836
A propaganda é composta a partir da marca mundialmente famosa: “NIKE” aonde o protagonista “goleiro” mostra a suas qualidades e a suas expectativas como esportista na sua luta para alcançar a vitória da sua equipe. A mensagem transmitida possui uma linguagem verbal de fácil compreensão.
Trata-se de uma temática voltada à compra de mercadorias, cujo seu patrocinador destaca em torno da grande marca consumida a combinação de valores entre as pessoas praticantes de exercícios e a consagração da força que trás este produto.
Seu público alvo alcança: esportistas, atletas amadores e profissionais nas diversas modalidades.
O texto publicitário relata em seu objetivo a compra do produto de forma atrativa e tentadora ao destacar uma mulher na capa ao passo de induzi-lo ao consumo, tendo como influência a mistura sensual de uma modelo seminua com o forte sabor da bebida.
Seu gênero textual e seus respectivos anúncios também são resultantes de um conteúdo temático composto em sua estrutura de um público alvo mais maduro. Como em qualquer texto de elaboração demonstrativa algumas especificidades entram em destaque. Entre elas:
- Conduzir o leitor à ação de compra;
- Imagens, cores, logotipo que induzem a leitura do texto;
- Estratégia persuasiva que desperta o desejo de consumo;
- Elaboração de frases concisas, curtas e objetivas;
- Linguagem verbal e não verbal.
Esta propaganda repercute com o tema “consumismo” trazendo em seu conteúdo uma modelo revestida em uma casca de laranja personalizada junto ao produto exótico com os dizeres abaixo: “ a receita da noite é começar bem... Campari só ele é assim”.
O estilo e sua estrutura composicional denota no seu contexto a sensualidade da mulher em trajes virtuais na forma de casca de laranja e bastante propício em uma comparação sucinta em lugares de frequência noturna como: bares e afins realçados sobre a cor vermelha (fundos) o destaque da bebida consumida a influenciar na diversão de homens e mulheres nestes estabelecimentos.
Trabalho de Prática de Ensino - Análise de Livro Didático
Análise Livro Didático
A Escola há de ser para mim um céu onde, a cada dia surge uma estrela nova... (ISA CH, uma menina uruguaia de 12 anos)¹
A Escola há de ser para mim um céu onde, a cada dia surge uma estrela nova... (ISA CH, uma menina uruguaia de 12 anos)¹
Este trabalho destina-se a fazer uma análise comparativa entre a apresentação do Livro Didático “Muitos Textos... Tantas Palavras” (produzido e editado pelo SESI-SP, para uso no segundo ano do ensino médio) e seu conteúdo, com o objetivo de consolidar esse conteúdo com sua apresentação.
Como o livro didático ainda pode ser o único material pedagógico na maioria das escolas públicas e particulares do Brasil há a necessidade de se analisar cuidadosamente esse recurso didático antes de adotá-lo em sala de aula.
A qualidade do ensino não passa somente pela utilização dos materiais pedagógicos, mas também pelo conteúdo trabalhado na interação professor e aluno. É importante que a análise de livros esteja embasada na concepção de humanidade, de conhecimento e de aprendizagem norteadas pelos PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais.
Entendemos que o livro didático seja “uma obra escrita (ou organizada, como acontece tantas vezes) com a finalidade específica de ser utilizada numa situação didática, o que a torna, em geral, anômala em outras situações”(Molina, 1987:10). Sendo assim, “o livro didático não é um fim em si mesmo, mas um complemento ao trabalho global dos professores” (Ibid). O livro didático pode se constituir, assim, num recurso para o fazer pedagógico, desde que os professores tenham entendimento da função que ele representa no processo de ensino e aprendizagem.
O livro não foi analisado em sua íntegra por se tratar de volume intenso, portanto, o fizemos por amostragem.
Podemos constatar que o livro cumpre com o compromisso anunciado em sua apresentação, trazendo textos dos mais variados Gêneros, que desafiam o aluno à reflexão sobre temas que, possivelmente, eles tinham pouco ou nenhuma intimidade até a finalizarem a leitura. Não existe neste livro uma proposta de atividade explícita, mas ele vai além disso. Cabe ao professor incitar no aluno a curiosidade de sanar as dúvidas que surgem quando, na interpretação do texto lido, o assunto é por ele desconhecido, ou ele, o aluno, não possuía um conhecimento de mundo suficiente que o fizesse decifrar a mensagem passada pelos textos que integram o material didático. O conceito é de leitura, mas também de interação, de pesquisa, de discussão dos significados, que acabam por trazer um maior conhecimento através da informação. Muitos textos... Tantas Palavras oferece formas de leitura capazes de fazer o aluno ler o mundo de várias perspectivas.
¹ Fragmento extraído do caderno Cem Perguntas Sobre a Vida da Criança, relativo à experiência na Escola “Canteras Del Riachuelo”, Colônia Uruguai.
A essência Romântica de Camilo Castelo Branco em Amor de Perdição
É comum, na obra de Camilo Castelo Branco, o tratamento do amor desenfreado e profundo entre jovens que lutam por suas paixões muito além dos limites de suas próprias forças. Resistentes a toda sorte de obstáculos, procuram a felicidade, mas geralmente são desviados para a desgraça e, não raro, para a morte.
Em Amor de Perdição encontramos o traço principal da novelística passional de Camilo: a concepção do amor como uma espécie de destino, de fatalidade, que domina e orienta e define a vida (e a morte) das personagens principais. Marcado pela transcendência, esse amor trará consigo sempre um equivalente de sofrimento e de infelicidade: ou porque a paixão se choca frontalmente com as necessidades do mundo social, ou porque significa, em última análise um desejo luciferino de recuperar o paraíso na terra. Para as suas personagens, basta essa percepção do caráter transcendente da paixão amorosa para que ela acarrete logo um cortejo de sofrimentos: o remorso, a vertigem do abismo, a percepção de que o amor mais sublime é aquele que se apresenta e se revela, em última análise, como impossibilidade. Por isso, nas suas novelas sentimentais desfilam tantos “mártires do amor”, tantos sofredores que, no sofrimento, encontram a razão de ser e o sentido mais profundo da sua vida. É um marco do Ultrarromantismo português. Muito bem recebido pelo público em seu lançamento, acabou se tornando uma espécie de Romeu e Julieta lusitano. Tem o traço shakespeariano onde as nobres famílias Botelho e Albuquerque veem o ódio mútuo ameaçado pelo amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Simão - o herói romântico, cujos erros passados são redimidos pelo amor -, Teresa - a heroína firme e resoluta em seu sentimento de devoção ao amado - e Mariana -, a mais romântica das personagens, tendo em vista a abnegação, representam a dimensão amorosa, o sentimento da paixão, ao qual se opõe o mundo exterior, a sociedade com sua hipocrisia.
A apresentação de Simão Botelho pelo narrador é essencialmente romântica: é feita de um modo a parecer real, verdadeira, e não ficcional. Os escritores românticos utilizavam-se de recursos como este presente em Amor de Perdição para que suas obras tivessem maior credibilidade, conquistassem a confiança do leitor.
Amor de Perdição foi um romance escrito na Cadeia da Relação do Porto, em 1861. Subintitulado de Memórias de Uma Família, é baseado em episódios da vida do tio Simão Botelho. Este é o romance mais popular, já traduzido em diversas línguas e adaptado ao teatro e ao cinema. Dele chegou a ser extraída uma ópera e, em 1986, fez-se uma edição da obra destinada aos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo. É considerado uma obra-prima da ficção de língua portuguesa.
A obra não pode ser lembrada apenas como o mais bem-acabado exemplo de novela passional, em que predomina o descabelamento amoroso e as paixões desenfreadas. Deve-se também destacar o mérito de possuir uma narrativa enxuta, concisa e extremamente criativa na invenção de obstáculos e peripécias, tornando o texto dinâmico, ágil. Na introdução do romance, o narrador autor reproduz o registro de prisão de Simão Botelho nas cadeias da Relação do Porto e antecipa o degredo do moço, aos 18 anos, em circunstância ligada a uma paixão juvenil, bem como o desenlace trágico da história. Falando diretamente ao leitor, imagina a reação que tal história pode provocar: compaixão, choro, raiva, e revolta diante da falsa virtude alegada pelos homens em atos injustos e bárbaros.
Foco narrativo
Do ponto de vista do foco narrativo, ou da postura do narrador perante a história, os elementos realistas de Amor de Perdição estão na crítica às instituições religiosas, os conventos, e no comportamento não-passional de alguns personagens secundários, como João da Cruz, É possível perceber estes elementos nas passagens da obra em que o narrador denuncia a corrupção do convento de Viveu e enfatiza a lealdade, o senso prático, a sensatez de João da Cruz, relativizando assim a passionalidade predominante no romance.
Escrita em terceira pessoa, esta obra caracteriza-se por um narrador onisciente, isto é, um narrador que desvenda o universo interior dos personagens, sabendo mais do que eles próprios, o que lhes passa pela mente e pelo coração. O tipo de onisciência deste narrador pode ser classificado como onisciência intrusa, na medida em que ele não só revela mas também comenta os sentimentos e comportamentos dos personagens, deixando claro o seu ponto de vista a favor dos que amam e contra os que impedem a realização do amor
O episódio mais representativo do romance, no sentido de provocar lágrimas nos leitores românticos e risos nos leitores realistas, ocorre no seu desfecho, quando o tema da ‘morte por amor” atinge o clímax: Teresa morre no convento, ao sentir irreversível a perda de Simão, o qual, por sua vez, é tomado de uma febre fatal, no navio que o levaria pura longe da amada, quando fica sabendo de sua morte. Já Mariana, apaixonada por Simão, atira-se ao mar agarrada ao seu corpo.
Personagens Principais
Simão Botelho – inicialmente é apresentado como um jovem de temperamento sanguinário e violento. Perturbador da ordem para defender a plebe com quem convive e agitador na faculdade, a partir do momento em que o amor que redime os erros, que modifica as personalidades, que tem na pureza de intenções e na honestidade de princípios as suas principais virtudes o seu caráter, se transforma repentinamente. Aliás, são as virtudes que caracterizam os sentimentos de Simão, desde que experimenta este amor. Torna-se recatado, estudioso e até religioso, o que não o impede de sentir uma sede incontrolável de vingança, que resulta no assassinato do rival Baltasar Coutinho. Esse ato exemplifica a proximidade entre “o sentimento moral do crime” ou “o sentimento religioso do pecado” e a tentativa de consumação do amor. O modo como assume este crime, recusando-se a aceitar todas as tentativas de escamoteá-lo, feitas pelos amigos de seu pai, acaba de configurar o caráter passional do comportamento de Simão. Nem a possibilidade da forca e do degredo, nem as misérias sofridas no cárcere conseguem abater a firmeza, a dignidade, a obstinação que transformam Simão Botelho em símbolo heroico da resistência do individuo perante as vilezas da sociedade. Trata-se de um típico herói ultrarromântico, em outras palavras.
Teresa de Albuquerque – protagonista, menina de 15 anos que se apaixona por Simão, também sai adquirindo densidade heroica ao longo da obra: firme e resoluta em seu amor, ela mantém-se inflexível perante os pedidos, as ameaças -e finalmente as atrocidades e violências cometidas pelo pai severa e autoritário, seja pata casá-la com o primo, seja para transformá-la em freira. Neste sentido, a obstinação que a caracteriza é a mesma presente em Simão, com a diferença de que nela o heroísmo consiste não em agir, mas em reagir. Isto por pertencer ao sexo feminino, símbolo da fragilidade e da passividade perante o caráter viril, másculo, quase selvagem do homem romântico. Na medida em que não faz o jogo do pai, dando a vida pelo sentimento que a possui, Teresa constitui uma heroína romântica típica, um exemplo da imagem da mulher anjo que vigorou no Romantismo.
Mariana – moça pobre e do campo, de olhos tristes e belos, tem sido considerada, algumas vezes, como a personagem mais romântica da história, porque o sentir a satisfaz, sem necessidade ao menos de esperança de concretizar-se a seu amar par Simão. Independente do amor entre Simão e Teresa, Mariana o ama e todo faz por ele: cuida de suas feridas, arruma-lhe dinheiro, é cúmplice da paixão proibida, abandona o pai para fazer-lhe companhia e prestar-lhe serviços na prisão e, finalmente, suicida-se após a morte de Simão. Estas atitudes abnegadas, resignadas e totalmente desvinculadas de reciprocidade, fazem de Mariana uma personificação do espírito de sacrifício, o que torta a sua dimensão humana abstrata, pouco palpável.
Domingos Botelho – pai de Simão e Tadeu de Albuquerque, o pai de Teresa, são tão passionais, tão radicais em seu comportamento, quanto Simão e Teresa. Entretanto, ambos podem ser considerados simetricamente o oposto dos heróis, na medida em que representam a hipocrisia social, o apego egoísta e tirano à honra do sobrenome, aos brasões cuja fidalguia é ironicamente ridicularizada, desmoralizada pelo narrador.
Baltasar Coutinho – primo de Teresa assassinado por Simão, acrescenta à vilania do tio, de quem se faz cúmplice, a dissimulação, o moralismo hipócrita e oportunista de um libertino de 30 anos, que covardemente encomenda a criados a morte de Simão. Em suma, nele se concentram toda perversidade, toda a prepotência dos fidalgos. Tal personagem constitui. Em nenhuma dúvida, o vilão da história.
João da Cruz – pai de Mariana, destaca-se como personagem mais sensato, mais equilibrado, o único personagem que possui traços realistas, de Amor de Perdição. Ferreiro e transformado em assassino numa briga, João da Cruz consegue de Domingos Botelho, pai de Simão, a liberdade. Em nome dessa dívida de gratidão, torna-se protetor do herói com palavras sempre oportunas, lúcidas, estratégicas, e com atos corajosos e violentos, quando necessário. A sua linguagem cheia de provérbios e ditados populares, a simplicidade de sua vida, somadas ao amor que dedica á filha, por quem vive, desfazem aos olhos do leitor os crimes que comete e os substituem por uma honradez, uma bondade inata, forte e viril, que nos parecem representativas da visão do autor a respeito das coroadas rurais em Portugal.
Romantismo em Portugal - Almeida Garret - Viagens na Minha Terra
ALMEIDA GARRETT – VIAGENS NA MINHA TERRA
Almeida Garret, ou seja, João Leitão da Silva nasceu no Porto, em 4 de Fevereiro de 1799; morreu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1854. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família. Garrett seria o apelido da sua avó paterna, casado com Luísa Midosi, uma jovem de apenas catorze anos.
CRONOLOGIA DE ALMEIDA GARRETT
1799 – Almeida Garrett nasce no Porto.
1809 – Parte para a ilha Terceira por causa das invasões francesas. Aí recebe de um tio, bispo de Angra do Heroísmo, uma educação religiosa e clássica.
1816 – Matricula-se no curso de Direito em Coimbra. Adere às ideias liberais e começa a escrever algumas peças de teatro.
1820 – Escreve a tragédia Catão, representada em Lisboa no ano seguinte.
1821 – Já formado, casa com Luísa Midosi e publica o Retrato de Vénus, que lhe valeu um processo judicial e um julgamento de que foi absolvido.
1823 – Com a Vila-Francada, exila-se em Inglaterra, onde contacta com a literatura romântica (Byron e Walter Scott).
1824 – Parte para o Havre, em França, como correspondente.
1825 – Publica em Paris, Camões.
1826 – Publica ainda em Paris D. Branca. Regressa a Portugal após a outorga da Carta Constitucional, dedicando-se ao jornalismo político.
1828 – Exila-se de novo em Inglaterra devido à aclamação de D. Miguel.
1830 – Inicia a compilação do Romanceiro.
1832 – Integra-se no exército liberal de D. Pedro IV, desembarca no Mindelo e participa no cerco do Porto, escrevendo aí a primeira pare do Arco de Santana.
1834 – Após a guerra civil, Almeida Garrett é nomeado cônsul-geral em Bruxelas. Estuda a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe).
1836 – Regressa a Portugal e separa-se de Luísa Midosi, que em Bruxelas o teria traído. Passos Manuel encarrega-o de reorganizar o teatro nacional, nomeando-o inspetor dos teatros.
1837 – Perde o cargo de inspetor dos teatros por demissão de Passos Manuel. Apaixona-se por Adelaide Deville, que morrerá em 1841 e de quem terá uma filha, Maria Adelaide.
1838 – Publica Um Auto de Gil Vicente.
1841 – Publica O Alfageme de Santarém.
1842 – Costa Cabral instaura um governo de ditadura, contra o qual Garrett luta na oposição parlamentar.
1843 – Escreve o drama Frei Luís de Sousa que será publicado no ano seguinte. Começa também a escrever o romance Viagens na Minha Terra, que publica em folhetins na Revista Universal Lisbonense.
1845 – Publica o romance Arco de Santana e a colectânea de poemas Flores sem Fruto. Inicia-se a paixão por Rosa Montufar, a Viscondessa da Luz.
1846 – É publicado em dois volumes o romance Viagens na Minha Terra.
1850 – É representado no Teatro Nacional o drama Frei Luís de Sousa.
1851 – É nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e recebe o título de Visconde e Par do reino. Conclui a compilação do Romanceiro.
1853 – Publica Folhas Caídas, colectânea poética que causou escândalo na época.
1854 – Almeida Garrett morre a 9 de Dezembro em Lisboa.
Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO - O Romantismo proclama a liberdade de criação e de expressão.
São características do Romantismo:
• Nacionalismo
• Historicismo
• Medievalismo
• Liberdade de criação e de expressão
• Tradições populares
• Individualismo, egocentrismo
• Pessimismo
• Escapismo
• Crítica social
Essas são características predominantes do movimento, mas suas tendências foram diversas.
Veja algumas tendências e seus principais temas:
* Nacionalismo, historicismo e medievalismo:
* Valorização das fontes populares – o folclore:
* Confessionalismo
Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.
* Pessimismo
- ambiente exótico ou passado misterioso.
- narrativas fantásticas (envolvendo o sobrenatural)
- morte (como última solução)
* Crítica Social
As gerações românticas
Há uma nítida evolução através de três gerações de autores, cada geração é marcada por certos traços e temas.
*Primeira geração
Os primeiros autores conservavam características clássicas (apego às regras da produção literária).
- Alexandre Herculano – Eurico, o Presbítero – O Bobo
- Almeida Garret – 1825 Poema “Camões” - 1846 - “Viagens na Minha Terra”
- Antonio Feliciano de Castilho
Principais temas:
Em Portugal
- nacionalismo
- romance histórico
- medievalismo
*Segunda geração
*Terceira geração
Almeida Garret, ou seja, João Leitão da Silva nasceu no Porto, em 4 de Fevereiro de 1799; morreu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1854. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família. Garrett seria o apelido da sua avó paterna, casado com Luísa Midosi, uma jovem de apenas catorze anos.
CRONOLOGIA DE ALMEIDA GARRETT
1799 – Almeida Garrett nasce no Porto.
1809 – Parte para a ilha Terceira por causa das invasões francesas. Aí recebe de um tio, bispo de Angra do Heroísmo, uma educação religiosa e clássica.
1816 – Matricula-se no curso de Direito em Coimbra. Adere às ideias liberais e começa a escrever algumas peças de teatro.
1820 – Escreve a tragédia Catão, representada em Lisboa no ano seguinte.
1821 – Já formado, casa com Luísa Midosi e publica o Retrato de Vénus, que lhe valeu um processo judicial e um julgamento de que foi absolvido.
1823 – Com a Vila-Francada, exila-se em Inglaterra, onde contacta com a literatura romântica (Byron e Walter Scott).
1824 – Parte para o Havre, em França, como correspondente.
1825 – Publica em Paris, Camões.
1826 – Publica ainda em Paris D. Branca. Regressa a Portugal após a outorga da Carta Constitucional, dedicando-se ao jornalismo político.
1828 – Exila-se de novo em Inglaterra devido à aclamação de D. Miguel.
1830 – Inicia a compilação do Romanceiro.
1832 – Integra-se no exército liberal de D. Pedro IV, desembarca no Mindelo e participa no cerco do Porto, escrevendo aí a primeira pare do Arco de Santana.
1834 – Após a guerra civil, Almeida Garrett é nomeado cônsul-geral em Bruxelas. Estuda a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe).
1836 – Regressa a Portugal e separa-se de Luísa Midosi, que em Bruxelas o teria traído. Passos Manuel encarrega-o de reorganizar o teatro nacional, nomeando-o inspetor dos teatros.
1837 – Perde o cargo de inspetor dos teatros por demissão de Passos Manuel. Apaixona-se por Adelaide Deville, que morrerá em 1841 e de quem terá uma filha, Maria Adelaide.
1838 – Publica Um Auto de Gil Vicente.
1841 – Publica O Alfageme de Santarém.
1842 – Costa Cabral instaura um governo de ditadura, contra o qual Garrett luta na oposição parlamentar.
1843 – Escreve o drama Frei Luís de Sousa que será publicado no ano seguinte. Começa também a escrever o romance Viagens na Minha Terra, que publica em folhetins na Revista Universal Lisbonense.
1845 – Publica o romance Arco de Santana e a colectânea de poemas Flores sem Fruto. Inicia-se a paixão por Rosa Montufar, a Viscondessa da Luz.
1846 – É publicado em dois volumes o romance Viagens na Minha Terra.
1850 – É representado no Teatro Nacional o drama Frei Luís de Sousa.
1851 – É nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros e recebe o título de Visconde e Par do reino. Conclui a compilação do Romanceiro.
1853 – Publica Folhas Caídas, colectânea poética que causou escândalo na época.
1854 – Almeida Garrett morre a 9 de Dezembro em Lisboa.
Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO - O Romantismo proclama a liberdade de criação e de expressão.
São características do Romantismo:
• Nacionalismo
• Historicismo
• Medievalismo
• Liberdade de criação e de expressão
• Tradições populares
• Individualismo, egocentrismo
• Pessimismo
• Escapismo
• Crítica social
Essas são características predominantes do movimento, mas suas tendências foram diversas.
Veja algumas tendências e seus principais temas:
* Nacionalismo, historicismo e medievalismo:
Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval. Essas três primeiras prevalecem sobre as demais.
* Valorização das fontes populares – o folclore:
Os autores buscavam inspiração nas narrativas orais e nas canções populares, manifestação do nacionalismo romântico.
* Confessionalismo
Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.
* Pessimismo
Em se falando de Almeida Garret, a melancolia do poeta inglês Lord Byron se faz presente em todas as literaturas, portanto há a presença do individualismo e do egocentrismo que adquirem traços doentios de adaptação.
O “mal do século” ou tédio de viver conduz:- ambiente exótico ou passado misterioso.
- narrativas fantásticas (envolvendo o sobrenatural)
- morte (como última solução)
* Crítica Social
O Romantismo pode assumir um caráter combativo de oposição e crítica social, observamos sua ocorrência na sua última fase.
As gerações românticas
Há uma nítida evolução através de três gerações de autores, cada geração é marcada por certos traços e temas.
*Primeira geração
Os primeiros autores conservavam características clássicas (apego às regras da produção literária).
- Alexandre Herculano – Eurico, o Presbítero – O Bobo
- Almeida Garret – 1825 Poema “Camões” - 1846 - “Viagens na Minha Terra”
- Antonio Feliciano de Castilho
Principais temas:
Em Portugal
- nacionalismo
- romance histórico
- medievalismo
*Segunda geração
Período do Ultrarromantismo: exagero pelo subjetivismo e emocionalismo (o tédio, devaneio, sonho, desejo da morte estão sempre presentes).
- Camilo Castelo Branco – Amor de perdição - Amor de Salvação - A queda dum anjo – Coração, Cabeça, Estômago.
- Soares Passos – O Firmamento, As Canções, A Fonte dos Amores, entre outros.
*Terceira geração
Essa fase antecipa características da Escola Realista, que substituirá o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo cederão lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época. Transição para o Realismo.
- Júlio Diniz – As pupilas do Senhor Reitor – A morgadinha dos canaviais
- João de Deus – A Caridade, A Cigarra e a Formiga, Beatriz, entre outras.
Viagens na Minha Terra.
A obra foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846, sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para a moderna prosa portuguesa e um importante documento de referência para entender a decadência do império português.
O autor narrador faz citações constantes de escritores que conheceu estudando suas obras, principalmente nos períodos em que esteve exilado de Portugal. A obra é composta por dois eixos narrativos bem distintos. No primeiro, o narrador conta suas impressões de viagens, intercalando citações literárias, filosóficas e históricas das mais diversas, com um tom fortemente subjetivo e repleto de digressões e intertextualidades. Dentre as referências literárias, podemos levantar citações a Willian Shakespeare, Luis de Camões, Miguel de Cervantes, Johann Goethe e Homero. Já dentre as citações históricas e filosóficas, temos Napoleão Bonaparte, D. Fernando, Bacon e outros.
Já o segundo eixo, que é interposto no meio dos relatos de viagem, conta o drama amoroso que envolve cinco personagens. Essa narrativa amorosa tem como pano de fundo as lutas entre liberais e miguelistas (1830 a 1834).
Ressalta que sua história não será um romance, com aventuras, incidentes e situações raras, mas apenas uma singela história.
Defende a paixão como uma qualidade, já que ela asseguraria demais virtudes, como generosidade e benevolência. Do contrário, sem ter a quem amar, uma pessoa ou viveria para o mal, ou para nada.
Durante os relatos da viagem, o autor-narrador faz uma série de digressões filosóficas, reflexões sobre fatos históricos e crítica literária sobre diversos autores, tanto clássicos quanto modernos, e suas obras.
Dentre estes comentários, podemos citar o mais famoso deles: “Eu não sou romanesco. Romântico, Deus me livre de o ser - ao menos, o que na algaravia de hoje se entende por essa palavra”. Garrett, embora pertencente ao movimento romancista de Portugal, deixa claro nessa passagem uma crítica ao Romantismo então vigente. Uma crítica dirigida a um romantismo “fabricado” por escritores menores que buscavam modelo numa literatura fácil para agradar ao público, com interpretações abusivas e uma vulgarização do que seria o verdadeiro movimento modernista.
Uma outra citação muito atual:
“Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? — Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas(5) que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Robert Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. “
Contextualização Histórica:
Aqui cabe uma contextualização histórica importantíssima, que não aparece explicitamente no texto: há como pano de fundo a Guerra Civil Portuguesa, quando houve uma disputa pelo trono português e confrontaram-se os absolutistas, ou miguelistas, representados no romance pelo Frei Dinis, e os liberais, ou pedristas, aqui representados pelo neto de Irmã Francisca, que em breve entrará na história.
“Formou deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo sociedade, e o pôs num inferno de tolices.”
Foco narrativo
A obra é narrada em primeira pessoa e o narrador é o que conhecemos por “narrador-protagonista”. Ou seja, a história é contada por um dos personagens principais (no caso, o autor-narrador que viaja pelo país) em primeira pessoa. Dessa forma, a história tem um ponto de vista fixo, centrado nessa personagem. Além disso, esse narrador-protagonista está quase inteiramente confinado a seus pensamentos, sentimentos e percepções.
O que sabemos a respeito das outras personagens (incluindo seus pensamentos e sentimentos), ou nos é passado através dela mesma, ou através de outra personagem que conta algo ao narrador (em Viagens temos Frei Dinis contando o drama de Carlos e Joaninha). Essas informações podem ser, ainda, inferências feitas pelo narrador-protagonista.
A viagem como busca do autoconhecimento
O tema das viagens sempre foi parte integrante da literatura portuguesa, desde o século XIV quando os navegadores portugueses registravam suas histórias de navegação. Eles produziam uma literatura que não ficava restrita aos acontecimentos da viagem, mas que continha também os motivos que os levavam a se deslocar de um local a outro e as descrições em forma narrativa sobre as terras e os homens que encontravam. Assim, pode-se dizer, que a literatura de viagem não fica restrita ao desejo de conquistar novos territórios, mas, através do contato com outros povos e culturas, pensar de uma nova maneira o seu próprio eu.
Almeida Garrett faz parte dessa tradição literária ao escrever Viagens na minha terra. Nessa novela, a viagem não serve apenas para entrelaçar os fatos ali tratados, mas serve em si como elemento temático fundamental. A viagem como tema da obra está assinalada desde o primeiro capítulo, onde o autor-narrador deixa claro que vai “nada menos que a Santarém”, tornando sua novela uma crônica-ensaio. Através da viagem pelo interior do próprio país do autor-narrador, busca-se a fonte do que é ser português em um momento de drásticas mudanças no país.
O pano de fundo em Viagens na minha terra é a Revolução Liberal. Grosso modo, as ideias liberais surgiram como oposição ao monarquismo, ao mercantilismo e ao domínio religioso. Portugal, na época um país monarquista com fortes raízes católicas, via qualquer ideia liberalista como antinacional.
O país já estava enfrentando diversas crises (as invasões de Napoleão e crise do colonialismo no Brasil) e o embate entre Miguelistas (favoráveis ao monarquismo absolutista de então) e Liberais acabou por gerar uma guerra civil, em 1830. O embate terminou com uma vitória dos Liberais e a restauração da monarquia constitucional.
Almeida Garrett, que sempre lutou pelos ideais liberais, mantém nas Viagens este propósito, através da narração de fatos do presente e do passado, sempre denegrindo àquele em favor do outro. Para tanto, brinca-se também com a questão do verossímil, criando-se a ilusão do verdadeiro através do uso de um tom calculadamente coloquial e uma aproximação com o quotidiano.
Dessa forma, as digressões do narrador sobre os mais diversos temas, da literatura à política, servem para demarcar ideologicamente a obra. O discurso do autor-narrador revela o caótico estado em que se encontra Portugal, a corrupção da sociedade, a aristocracia decadente e o modelo familiar burguês corrompido por atitudes individualistas. Assim, pode-se dizer que para o narrador a crise moral coletiva tem origem na moral individual.
A personagem protagonista Carlos, aparece como símbolo deste embate entre tradição (monarquismo) e modernidade (ideias liberais). Carlos não consegue se decidir entre Joaninha (que representa o velho Portugal) e Georgina (representante do novo Portugal). Por fim, o protagonista acaba por desistir de ambas, perdendo sua identidade e sua moral. Carlos termina como uma representação de uma sociedade alienada e degradante.
Assim, a preocupação de Garrett em Viagens na minha terra é tentar despertar na nação portuguesa a consciência da situação em que o país se encontrava e que direção pode ser tomada para tentar mudar o rumo decadente que Portugal estava tomando. Porém, o próprio autor-narrador não vê perspectivas de melhora, pois a imagem que o homem português tem de si mesmo não é positiva. Dessa forma, apesar de conseguir enxergar um caminho para a recuperação de Portugal, Garrett termina a obra com um tom pessimista.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
PLANO DE AULA FIGURAS DE LINGUAGEM - PROLIP 5º SEMESTRE
PROLIP -
CRONOGRAMA DO MÓDULO “FIGURAS DE LINGUAGEM”
ALUNO-FORMADOR: Dulcinéia Ferrari
DATA
HORÁRIO
|
CONTEÚDO DA AULA
|
1
|
Vamos apresentar as figuras de
linguagem mais comuns lançando questões plobematizadoras. a) Você já
conseguiu convencer alguém de algo só porque mudou o jeito de falar? Como? b)
De que forma você costuma dar ênfase a uma palavra em textos? Apresentar
imagens para testar conhecimentos prévios sobre as figuras de linguagem.
Trabalharemos com o anexo I e IV.
|
2
|
Apresentar mais detalhadamente as figuras de linguagem que
materializaram essa aula. Linguagem denotativa e Conotativa, Metáfora,
Metonímia, Linguagem verbal e não verbal. Trabalharemos com o anexo II.
|
3
|
Apresentar mais detalhadamente as figuras de linguagem que
materializaram essa aula. Antítese, Linguagem denotativa e Conotativa,
aliteração, comparação, inversão, anáfora. Breve explicação sobre o “eu
lírico”, pelo contexto da aula. Formar grupos de até cinco alunos para que
façam pesquisas e apresentem em sala, textos identificando as figuras de
Linguagem. Pode ser poema, música, crônicas, etc...Trabalharemos com o anexo
III
|
4
|
Apresentação dos trabalhos em grupo.
|
5
|
Avaliação por escrito do aprendizado. Anexo V.
|
|
|
|
|
|
|
Plano de Aula
I - Data: ____/____/____
II - UNIP - Universidade Paulista
Professora:
Disciplina: Língua Portuguesa
1º ano – Ensino Médio
Noturno
III - Tema:Figuras de Linguagem
IV - Objetivo Específico:
O aluno deverá:
. Identificar as figuras de linguagem.
. Justificar o emprego das figuras de linguagem.
. Analisar possíveis efeitos de sentido quanto ao uso das figuras de linguagem em composições de Gêneros Textuais.
V – Objetivo Geral:
O objetivo dessas aulas é levar os alunos a compreenderem a importância das figuras de linguagem semânticas, de uma forma mais ampla, relacionando ao cotidiano dos alunos para que fique mais clara a sua funcionalidade na construção do sentido textual. Então, essa proposta não se restringirá a fornecer definições e exemplos literários do uso das figuras, mas também trazer exemplos mais práticos e acessíveis aos alunos. As figuras de linguagem são construções que transformam o significado da palavra para tirar delas maior efeito ou para construir uma nova mensagem. Essas figuras fazem com que os significados que geralmente encontramos no dicionário para as palavras não seja tão restrito, de forma que cada palavra possua um sentido novo em potencial, que pode e deve ser compreendido e explorado.
VI – Desenvolvimento do Tema: Identificação e interpretação das figuras de Linguagem em campanha de conscientização e poema. Serão necessárias cinco aulas.
. Questões problematizadoras:
a) Você já conseguiu convencer alguém de algo só porque mudou o jeito de falar? Como?
b) De que forma você costuma dar ênfase a uma palavra em textos?
VII – Conteúdo Programático
. Apresentar aos alunos as Figuras de Linguagem em duas situações de uso:
a) Campanha de Conscientização;
b) Poema.
VIII – Recursos Didáticos:
. Humano;
. Fotocópias;
. Caderno, caneta;
. Lousa;
. Giz.
IX - Avaliação:
Será avaliada a participação dos alunos, e a apresentação da atividade que foi proposta.
Bibliografia:
Mesquita, Roberto Melo. Gramática Pedagógica, 30 ed. Vol. único, São Paulo: Saraiva, 2009. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
http://sites.editorasaraiva.com.br/portalportugues/Upload/file/Leitura%20e%20interpretacao/gramatica_8_figuras_de_linguagem.pdf
ANEXO I
De acordo com Mesquita & Martos (2009, p.
484), “as figuras de linguagem são recursos expressivos que emprestam ao
pensamento mais energia e vivacidade, que, por sua vez, conferem à frase mais
elegância e graça e permitem ao leitor captar mais efetivamente a mensagem
pretendida pelo autor.” As figuras de linguagem podem estar relacionadas a
aspectos semânticos (sentido), sintático (disposição das palavras no discurso)
e fonéticos ou fonológicos (sons). São divididas em dois grupos: Semântico (que
estabelece relação com o significado) e Sintático (que estabelece relação com
outros termos da oração). A seguir veremos alguns deles:
Figuras
semânticas
- Alegoria - é uma figura de linguagem caracterizada como sendo um conjunto
simbólico criado para transmitir um segundo sentido além do sentido literal das
palavras. Presentes com frequência no cotidiano dos falantes, as alegorias são
utilizadas em provérbios populares:
- Em rio
que tem piranha, jacaré nada de costas;
- gato
escaldado tem medo de água fria;
- em
fábulas com fins morais e educativos e em parábolas da Bíblia.
- Anagrama - é um substantivo que significa uma palavra ou frase que é construída através da alteração das letras de uma
outra palavra ou frase.
Por exemplo: a palavra pedra pode ser transformada em perda, se
trocarmos o "d" pelo "r". Com a mesma palavra
"pedra", é possível formar a palavra "padre", trocando a
letra "a" com a letra "e". Perda e padre são anagramas de
pedra.
- Ambiguidade -
é a qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um sentido ou significado.
A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma
mensagem. É uma figura de palavra e de construção. Exemplos:
"Maria comeu um doce e sua irmã
também". (Maria comeu um doce, e sua irmã também).
"Mataram o porco do meu tio". (Mataram o porco que era do meu tio).
"O guarda deteve o suspeito em sua casa". (Na casa de quem: do guarda ou do suspeito?).
"Mataram o porco do meu tio". (Mataram o porco que era do meu tio).
"O guarda deteve o suspeito em sua casa". (Na casa de quem: do guarda ou do suspeito?).
- Antitese - Emprego de termos com
sentidos opostos, ou seja, consiste na oposição de duas idéias, lado a lado, em
uma frase.
Ex.: Ela
se preocupa tanto com o passado que esquece o presente.
A guerra
não leva a nada, devemos buscar a paz.
- Catacrese – Dá um novo sentido a uma
palavra, fazendo com que ela passe a dar nome a outro ser semelhante.
Ex.:
Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
- Comparação – Estabelece um termo de
comparação entre dois elementos por meio de uma qualidade comum a ambos. Os
dois aparecem no enunciado ligados por conectivo subordinativo.
Ex.: “Ideias
são como pulgas: saltam de uns para os outros, mas não mordem a todos.”
- Eufemismo – Consiste em dizer algo
desagradável por meio de palavras que abrandem o impacto causado por essa
situação.
Ex.:
Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro. (Ele “roubou” o dinheiro)
Acho que
não fui feliz nos exames. (Fui mal nos exames)
- Gradação – Consiste em uma sequencia de
idéias em ordem crescente ou decrescente de intensidade.
Ex.: “Nem
o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas.”
- Hipérbole - Consiste no exagero da
expressão.
Ex.: Já
lhe disse isso um milhão de vezes.
Quando o
filme começou, voei para casa.
Eu estou
morrendo de fome.
- Ironia –.Consiste na declaração do
contrário do que se pensa, em geral, com o propósito de fazer zombaria.
Ex.: Eu
nasci há dez mil anos atrás. E não tem nada nesse mundo que eu não saiba
demais.
- Metáfora – Relaciona dois seres por
meio de uma qualidade comum atribuída a ambos. Nessa comparação não se usa a
conjunção como.
Ex.: “O
tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais”
- Metonímia – Consiste em substituir um
termo por outro com o qual tenha relação de contiguidade ou causalidade. A
metonímia ocorre comumente quando se substitui:
- O nome
do autor pela obra
Ex.: Ler
Miguel de Cervantes é como sonhar acordado.
- O
substantivo concreto pelo abstrato
Ex.: A fé
move montanhas.
- O lugar
pelos seus habitantes ou produtos
Ex.: Na
hora mais difícil de Santa Catarina, o Brasil inteiro se uniu.
- Onomatopéia – Ocorre quando uma palavra
ou um conjunto de palavras imitam um ruído ou um som.
Ex.: “E
era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o
plic-plic-plic-plic da agulha no pano.”
- Prosopopéia – Tem aspecto fonético. Atribuição
de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.
Ex.: A
formiga disse para a cigarra: ” Cantou…agora dança!”
Meu
coração não sei porque bate feliz quando te vê.
Figuras sintáticas
- Aliteração – Tem aspecto fonético. Consiste,
respectivamente, na repetição de um fonema consonantal e na repetição de um
fonema vocálico.
Ex.: “Na
messe, que enlourece, estremece a quermesse...
O sol,
celestial girassol, esmorece...
E as
cantilenas de serenos sons amenos
Fogem
fluídas, fluindo a fina flor dos fenos...”
- Anáfora - a anáfora é caracterizada pela repetição de uma ou
mais palavras no início de versos, orações ou períodos. Muito utilizada na
poesia e na música, a anáfora aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando
o sentido de termos repetidos consecutivamente.
Exemplo:
É pau, é
pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
(Tom Jobim)
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
(Tom Jobim)
- Assíndeto - é uma figura de linguagem
que aumenta a expressividade da mensagem por não se utilizar de conectivos,
como as conjunções, fazendo com que tenham mais força.
Exemplo:
Quem me
dera viver livremente, rir, passear, dançar, cantar, me divertir, sair pelo
mundo.
Não
entendo minha filha: chora, grita, reclama, se entristece, se chateia, parece
nunca estar bem.
Meu filho
não quer trabalhar, estudar, ser autônomo, ser independente.
- Assonância – Tem
aspecto fonético. É caracterizada
pela repetição harmônica de sons vocálicos. São destacadas as sílabas tônicas
das palavras contribuindo, assim, para a
melodia e musicalidade dos poemas.
Exemplos:
- A pálida lágrima da
Flávia.
- A boa boca da moça.
- O cálamo e o plátano,
na floresta moderna.
A
assonância é frequentemente utilizada em conjunto com a aliteração.
•
Paranomásia - é uma figura de linguagem caracterizada pela utilização de
palavras parônimas, ou seja, palavras com significados diferentes que se
escrevem e se pronunciam de forma parecida.
Exemplos de palavras parônimas:
acidente e incidente;
aferir e auferir;
cumprimento e comprimento;
descrição e discrição;
eminente e iminente;
fluvial e pluvial;
fragrante e flagrante;
geminada e germinada;
precedente e procedente;
tráfego e tráfico.
- Pleonasmo – Consiste na repetição de
termos de mesmo significado, com intuito de dar ênfase a uma expressão.
Ex.: Eu
vi com esses olhos que um dia a terra há de comer.
Hemorragia
de sangue.
Linguagem
denotativa
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal)
quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto
frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e
comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da
palavra.
A denotação tem como
finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo
assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como
jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos
científicos, entre outros.
Exemplos:
- O
elefante é um mamífero.
- Já li
esta página do livro.
- A
empregada limpou a casa.
Linguagem figurada, conotativa
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado)
quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações,
dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos,
associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um
sentido figurado e simbólico.
A
conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem,
através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre
outros.
Exemplos:
- Você é
o meu sol!
- Minha
vida é um mar de tristezas.
- Você
tem um coração de pedra!
Metáfora
É uma
figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações
implícitas. Ela pode dar um duplo sentido a frase. Com a ausência de uma
conjunção comparativa também é um recurso expressivo. Apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada. Por exemplo:
- Aquele moço é um
gato.
Um gato é um quadrúpede, mamífero, felino, que mia e é considerado sensual. Um moço é bípede, mamífero, humano, fala e pode ser sensual. Ao compararmos os dois
com a metáfora "Esse moço é um gato", o traço de significado
que provavelmente estaremos colocando em intersecção é apenas o traço sensual.
Muitas expressões que usamos podem ter mais de um
sentido. "Entrar numa fria" não é entrar dentro de uma geladeira, de
uma piscina com água fria; é entrar ou estar numa situação difícil, complicada,
isto é, arrumar uma confusão.
Cara amarrada, ir num pé só, fiquei caidinha por
ele, perder o fio da meada, por em pratos limpos, papo furado, lavar a roupa
suja, colocar o os pingos nos is, entrar pelo cano, ficar uma fera, gato e
sapato, coração sair pela boca, dor de cotovelo, são expressões metafóricas, que não são levadas ao “pé da letra”.
Pinta lá em casa! Uma coisa assim
um pouco complicada para outros brasileiros entenderem, mas que, no fundo,
significa: eu finjo que te convido e você me engana que vai (mais ou menos
isso).
Abotoar o paletó, no
sentido de morrer; alimentar esperanças o entomologista –, que esteja fazendo
trabalho com esperanças (Inseto ortóptero, de antena ger. mais longa que o
corpo, pernas espinhosas e cor verde.*), grilos, louva-deuses e joaninhas. É
preciso alimentar as esperanças, para que elas não abotoem o paletó antes do
tempo.
Metonímia
Já na
metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão
relacionadas por proximidade.
Por exemplo, as expressões:
1- "sem-teto",
2- "Tomou o copo todo",
3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias,
respectivamente, porque:
1- O
termo teto está em relação de contiguidade com o
resto da habitação. É uma das suas partes, e na expressão substitui o todo
"habitação". (Um sem-teto geralmente também não tem o restante da
habitação - a porta, as janelas, as paredes, o chão.)
2- O
termo copo normalmente contém alguma bebida e é
usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue beber o copo)
3- O
termo Veríssimo é
usado no lugar dos livros e crônicas do autor. (A pessoa gosta dos textos do
autor; é impossível ler uma pessoa).
Observe a imagem abaixo.
O texto faz parte de uma campanha pública de
conscientização.
a) Qual é o tema dessa campanha?
b) Observe o nome do jornal e verifique o Estado
em que ele foi publicado. Quem é o interlocutor
que o texto pretende atingir?
.
2. No
enunciado em destaque, lemos “Ignorância é fogo”. Essa frase apresenta dois
sentidos possíveis.
a) Quais são esses sentidos?
b) Em qual deles a palavra fogo constitui uma metáfora?
3. Compare:
“Ignorância é fogo.”
“E [ignorância é] cinzas.”
a) Que figura de linguagem a aproximação entre
ignorância e cinzas constitui?
b) A palavra cinzas representa o efeito de uma
causa. Que causa é essa?
c) Que figura de linguagem se verifica nessa
relação entre a causa e o efeito?
4. No
texto abaixo da foto, lemos:
“Ainda tem gente que acha que fogo ajuda a
devolver força à terra e viço às pastagens. Jogue
um balde de água fria nessa ideia.”
Qual é o
sentido da expressão balde de água fria, no contexto?
5. As
figuras de linguagem não existem apenas na linguagem verbal. Elas também podem
ocorrer
em linguagens não verbais, como o cinema, a
música, a fotografia, o código de trânsito, etc.
Observe a foto que acompanha o texto.
a) Com que o tronco queimado se parece?
b) A imagem é parte de um todo e representa o
efeito de uma causa. De acordo com o sentido
global do texto, qual é a causa ou o todo que o
tronco representa?
c) Portanto, que figura de linguagem essa imagem
constitui?
6. Considerando
a finalidade desse texto de campanha pública, você acha que os recursos
utilizados,
tanto na linguagem verbal quanto na linguagem
visual, atingem o objetivo pretendido? Por
quê?
Aliteração
A aliteração é caracterizada
pela repetição harmônica e ritmada de sons consonantais. Essa repetição é feita
maioritariamente na poesia, podendo aparecer também em pequenas frases na
prosa. Na aliteração são, principalmente, destacados os fonemas iniciais das
palavras.
Exemplos:
"Fogem fluidas, fluindo à fina flor
dos fenos..." (Eugênio de Castro)
"Que a brisa do Brasil beija e balança."
(Castro Alves)
"Vozes veladas, veludosas vozes,/Volúpias
dos violões, vozesveladas/Vagam nos velhos vórtices velozes/Dos ventos, vivas, vãs,vulcanizadas."
(Cruz e Souza)
Além de ritmar o
texto, a aliteração cria um efeito sonoro que intensifica a mensagem
transmitida, através da sugestão de um som, funcionando como uma mensagem que
se encontra subentendida das palavras escritas.
Exemplos:
"Leva-lhe o vento a voz, que ao vento
deita." (Luís de Camões) – sugere o som do vento.
"Chove chuva, chove sem parar."
(Jorge Bem Jor) – sugere o som da chuva.
"Caça
a coceira/Coça, coça."
(Marília Cardoso) – sugere o som de coçar.
A aliteração está
muito presente em provérbios e trava-línguas.
Exemplos:
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
O rato roeu a roupa do rei
de Roma.
O sabiá não sabia que o sábio sabia
que o sabiá não sabia assobiar.
Atenção!
A aliteração não se refere à repetição de uma letra, de um grafema, mas sim à repetição de um fonema, de um som consonantal.
A aliteração não se refere à repetição de uma letra, de um grafema, mas sim à repetição de um fonema, de um som consonantal.
Exemplos:
"Toda gente homenageia Januária na janela."
(Chico Buarque)
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse..."
(Eugênio de Castro)
Anáfora
É
caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras no início de versos,
orações ou períodos. Muito utilizada na poesia e na música, a anáfora aumenta a
expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos
consecutivamente.
Exemplos de anáforas na
literatura e na música:
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
(Manuel Bandeira)
Acorda, Maria, é dia
de matar formiga
de matar cascavel
de matar estrangeiro
de matar irmão
de matar impulso
de se matar.
(Carlos Drummond de
Andrade)
É pau, é pedra, é o fim do
caminho
É um resto de toco, é um
pouco sozinho
É um caco de vidro, é a
vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o
laço, é o anzol
(Tom Jobim)
Atenção!
Além de ser
uma figura de linguagem, anáfora é também o nome dado a um processo sintático
através do qual um termo faz referência a uma informação previamente
mencionada. Esse termo pode ser chamado de termo anafórico ou elemento
anafórico.
Exemplo: Paulo não foi à
festa. Ele estava fazendo serão no trabalho.
Antítese
Consiste na utilização de dois termos
que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de
palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se
conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos:
"O mito é o nada que
é tudo." (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma.
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma.
Comparação
É uma
figura de linguagem caracterizada pela aproximação entre dois ou mais elementos
que apresentam uma característica em comum, podendo essa característica estar
ou não salientada. Na comparação há sempre um conectivo comparativo que
estabelece a ligação entre os termos comparados, sendo os mais usados: como,
feito, tal qual, que nem, igual a,…
Sendo uma
comparação simples, é estabelecida uma relação entre elementos do mesmo
universo ou contexto. Sendo uma comparação metafórica, ou símile, é
estabelecida uma relação entre elementos de diferentes universos ou contextos.
Exemplos de comparação
simples:
-O atleta etíope é mais rápido do que o atleta espanhol.
-Matemática é tão importante quanto português.
-Tiago é menos bagunceiro que Filipe.
Nota: Esse tipo de comparação se encontra estruturado nos graus dos
adjetivos: grau comparativo de superioridade, grau comparativo de igualdade e
grau comparativo de inferioridade.
Exemplos de comparação ou
símile:
Meu irmão é teimoso como uma mula.
Seus olhos brilhavam que nem esmeraldas.
Nunca me vergarei e, tal qual uma árvore, morrerei de pé.
Exemplos de comparação ou
símile na literatura e na música:
“Meu coração tombou na
vida/tal qual uma estrela
ferida/pela flecha de um caçador.” (Cecília Meireles)
“Para a florista,/as
flores são como beijos/são como filhas,/são como fadas disfarçadas.” (Roseana Murray)
“A Via Láctea se
desenrolava/Como um jorro de
lágrimas ardentes.” (Olavo Bilac)
“E flutuou no ar como se fosse um pássaro/E se acabou no
chão feito um pacote flácido.”
(Chico Buarque)
“Te ver e não te querer
(…)/É como mergulhar no rio/E não se molhar/É como não morrer de frio/No gelo
polar.” (Samuel Rosa, Lelo Zanetti, Chico Amaral)
Comparação x metáfora
Essas duas
figuras de linguagem estabelecem relações entre elementos que apresentam
características comuns. Na comparação há sempre um elemento comparativo que
torna a comparação explícita. Na metáfora, a comparação é feita de modo
implícito, não havendo termo comparativo que marque essa comparação.
Exemplos:
Aquele atleta é forte como um touro. (comparação)
Aquele atleta é um touro.
(metáfora)
Inversão ou anástrofe
A anástrofe (ou inversão) é uma figura
de linguagem, ou seja, um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que
aumenta a expressividade da mensagem. A anástrofe se refere a uma inversão leve
da ordem normal das palavras numa frase, ocorrendo essa inversão predominantemente
por antecipação de uma palavra que complementa outra palavra, ou seja, em
palavras correlativas. Vários autores defendem que na anástrofe ocorre também a
inversão entre o sujeito e o predicado.
Através
da utilização de anástrofes, é possível realçar uma palavra ou ideia, bem como
criar um efeito surpresa na frase. Na poesia, esta figura de linguagem é muitas
vezes utilizada para cumprir as exigências do verso relativamente à métrica e
às rimas.
Exemplos
de anástrofe:
- Ao
filho, a mãe deu um sorvete.
- Para
todos os familiares mandou lembranças.
- Que
faço eu com essa indecisão minha?
- Correto, eu acho que é!
Exemplos de anástrofe na
literatura:
“Tão leve estou, que nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
“Sabe mortos enterrar?” (J.C. Melo Neto)
“Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
“Memória em nós do instinto teu.” (Fernando Pessoa)
“À espada em tuas mãos achada.” (Fernando Pessoa)
Linguagem
denotativa
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal)
quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto
frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e
comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da
palavra.
A denotação tem como
finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo
assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como
jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos
científicos, entre outros.
Exemplos:
- O
elefante é um mamífero.
- Já li
esta página do livro.
- A
empregada limpou a casa.
Linguagem figurada, conotativa
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado)
quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações,
dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos,
associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um
sentido figurado e simbólico.
A
conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem,
através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre
outros.
Exemplos:
- Você é
o meu sol!
- Minha
vida é um mar de tristezas.
- Você
tem um coração de pedra!
Assonância
A assonância é caracterizada
pela repetição harmônica de sons vocálicos. Essa repetição é muito utilizada na
poesia, podendo aparecer também em pequenas frases na prosa. Habitualmente, são
destacadas as sílabas tônicas das palavras, marcando uma regularidade vocálica
ao longo do verso ou salientando a palavra final de verso, através da criação
de rimas toantes. A assonância contribui, assim, para a melodia e musicalidade
dos poemas.
Exemplos:
A pálida lágrima da
Flávia.
A boa boca da moça.
O cálamo e o plátano, na
floresta moderna.
A assonância é
frequentemente utilizada em conjunto com a aliteração (repetição de sons
consonantais), contribuindo assim para a definição do ritmo do verso.
Exemplos:
“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse...”
(Eugênio de Castro)
“Berro pelo aterro/Pelo desterro/Berro por
seu berro/Pelo seu erro” (Caetano Veloso)
Metáfora
É uma
figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações
implícitas. Ela pode dar um duplo sentido a frase. Com a ausência de uma
conjunção comparativa também é um recurso expressivo. Apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada. Por exemplo:
- Aquele moço é um
gato.
Um gato é um quadrúpede, mamífero, felino, que mia e é considerado sensual. Um moço é bípede, mamífero, humano, fala e pode ser sensual. Ao compararmos os dois
com a metáfora "Esse moço é um gato", o traço de significado
que provavelmente estaremos colocando em intersecção é apenas o traço sensual.
Muitas expressões que usamos podem ter mais de um
sentido. "Entrar numa fria" não é entrar dentro de uma geladeira, de
uma piscina com água fria; é entrar ou estar numa situação difícil, complicada,
isto é, arrumar uma confusão.
Cara amarrada, ir num pé só, fiquei caidinha por
ele, perder o fio da meada, por em pratos limpos, papo furado, lavar a roupa
suja, colocar o os pingos nos is, entrar pelo cano, ficar uma fera, gato e
sapato, coração sair pela boca, dor de cotovelo, são expressões metafóricas, que não são levadas ao “pé da letra”.
Pinta lá em casa! Uma coisa assim
um pouco complicada para outros brasileiros entenderem, mas que, no fundo,
significa: eu finjo que te convido e você me engana que vai (mais ou menos
isso).
Abotoar o paletó, no
sentido de morrer; alimentar esperanças o entomologista –, que esteja fazendo
trabalho com esperanças (Inseto ortóptero, de antena ger. mais longa que o
corpo, pernas espinhosas e cor verde.*), grilos, louva-deuses e joaninhas. É
preciso alimentar as esperanças, para que elas não abotoem o paletó antes do
tempo.
Metonímia
Já na
metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão
relacionadas por proximidade.
Por exemplo, as expressões:
1- "sem-teto",
2- "Tomou o copo todo",
3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias,
respectivamente, porque:
1- O
termo teto está em relação de contiguidade com o
resto da habitação. É uma das suas partes, e na expressão substitui o todo
"habitação". (Um sem-teto geralmente também não tem o restante da
habitação - a porta, as janelas, as paredes, o chão.)
2- O
termo copo normalmente contém alguma bebida e é
usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue beber o copo)
3- O
termo Veríssimo é usado no lugar dos livros e crônicas
do autor. (A pessoa gosta dos textos do autor; é impossível ler uma pessoa).
Eu lírico
O Eu lírico é um termo usado dentro da literatura para demonstrar o pensamento geral daquele que está
narrando o texto; A junção de todos os sentimentos, expressões, opiniões e
críticas feitas pela pessoa superior ao texto, que no caso seria o narrador ou
a pessoa central ao qual o texto está se referindo. O Eu-lírico é o
"eu" que fala na poesia. É quando o poeta expressa sentimentos que
realmente não sentiu, tratando-se então não de seu eu real, mas de um eu
poético. O eu lírico é a "voz" que fala no poema ou texto em prosa.
Isso significa dizer que os sentimentos, ideias e emoções presentes nesses
textos não são necessariamente do autor dele. O autor cria um dono para esses
sentimentos. É o "eu".
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
O poema que
você leu agora é de autoria daquele que é considerado o maior poeta da língua portuguesa:Fernando Pessoa. Pessoa provou, com seus vários heterônimos, que o
poeta não cabe no poema; sua genialidade fez nascer outros tipos, diferentes
abordagens e estilos. Talvez Fernando Pessoa seja a maior prova de que o poeta
entrega seus versos para o verdadeiro dono do poema: o eu lírico.
Leia o poema a seguir, de Vinícius de Morais, e
responda às questões de 1 a 9.
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1974. p. 226.)
1. O poema
se intitula “Soneto de separação”. De que tipo de separação ele trata?
Justifique sua
resposta com elementos do texto.
2. Todo o poema é construído a partir de uma
oposição de ideias: de um lado, descreve-se como
era o relacionamento amoroso e a vida do eu
lírico; de outro, descreve-se como é a vida do eu
lírico no presente, sozinho.
a) Chama-se antítese a figura de linguagem que se
constrói a partir da oposição de ideias.
Identifique no poema pelo menos dois pares de
palavras ou expressões que formem antíteses.
b) Em uma frase, resuma: Como era a vida do eu
lírico antes da separação e como é no presente?
3. Às vezes, para descrever certos sentimentos, a
linguagem denotativa não é suficiente. O poeta
emprega, então, a linguagem figurada, conotativa,
poética. As figuras, nesse caso, contribuem
para exprimir o que é quase inexprimível. Observe
estes versos:
“De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama”
“Fez-se da vida uma aventura errante”
a) Qual é a figura de linguagem existente nos
trechos destacados?
b) Traduza em linguagem denotativa o sentido
dessa figura.
4. Releia a 1ª estrofe do poema. Você já aprendeu
que aliteração é uma figura de linguagem construí-
da a partir da repetição de um mesmo fonema
consonantal. Na 1ª estrofe, há aliteração? Em caso
positivo, exemplifique.
5. Observe nas colunas abaixo os elementos que
existiam antes e os que passaram a existir depois
da separação:
antes
× agora
riso → pranto
bocas unidas → espuma
mãos espalmadas →
espanto
a) As palavras e expressões da primeira coluna faziam parte do estado de
espírito em que se
encontrava o eu lírico antes da separação. Qual é esse estado de
espírito?
b) As palavras da segunda coluna fazem parte do estado de espírito em
que se encontra o eu
lírico no momento. Qual é esse estado de espírito?
c) Que figura de linguagem sugere, por meio das partes, o todo?
6. O trecho: “fez-se o pranto / Silencioso e branco como a bruma”, apresenta
uma figura de linguagem.
a) Qual é a figura existente na parte destacada?
b) Lido sem a parte destacada, esse trecho se torna menos ou mais forte,
concreto e expressivo?
7. Em quase todo o texto, o poeta faz uso de uma figura chamada inversão,
que consiste em trocar a
ordem sintática dos termos da oração. Observe alguns exemplos e a ordem
direta correspondente:
“De repente do riso fez-se o pranto” →
O pranto fez-se do riso de repente
“Que dos olhos desfez a última chama” →
Que desfez a última chama dos olhos
“Fez-se de triste o que se fez amante” →
O que se fez amante fez-se de
triste
Considerando que o poema é
construído sobre a oposição entre a vida do eu lírico antes e hoje,
que semelhança existe entre a inversão e as duas situações retratadas?
8. Observe que a expressão de repente é empregada quatro vezes em início
de verso. A esse tipo de
repetição, chamamos anáfora. Considerando as ideias do poema, qual a
finalidade do poeta ao
repetir tantas vezes essa expressão?
9. Se quiséssemos resumir as principais ideias do poema em linguagem
denotativa, teríamos um
texto mais ou menos assim:
Antes, com a pessoa amada, tudo era alegria e harmonia. Hoje, sozinho,
tudo é tristeza e desolação.
Compare o poema com esse enunciado e indique qual ou quais dos itens
seguintes são corretos
quanto ao papel das figuras de linguagem na construção de um texto
poético.
a) O texto figurado é mais carregado de emoções do que o texto
denotativo.
b) As figuras de linguagem criam imagens que aguçam a imaginação do
leitor.
c) As figuras de linguagem criam uma atmosfera envolvente, que faz o
leitor se aproximar mais do texto.
d) O texto figurado é fruto de um trabalho artístico, que não visa
apenas informar, mas também
envolver, emocionar.
![]() |
Assinar:
Postagens (Atom)